Após duas horas e meia reunidos no auditório da Câmara Municipal, em Goiânia, agentes e escrivães da Polícia Civil decidiram, nesta segunda-feira (9) manter a greve da categoria. Ao final da reunião, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Silveira Alves, questionou os presentes sobre a continuidade ou fim do movimento.
Por maioria dos votos, eles optaram pela manutenção da greve. No início da paralisação, os policiais cobravam do Governo do Estado reajuste salarial equivalente a 60% do salário de um delegado. Hoje, o que eles pedem é a restruturação da carreira e pagamento de um bônus por produtividade, que varia de 5 a 20%.
O presidente do Sinpol, Silveira Alves, explicou porque os policiais decidiram manter a greve que completa 86 dias. “Nós não temos ainda uma certeza e garantia de que teremos o bônus por resultado e a restruturação da carreira feita agora”
Segundo o presidente do Sinpol, o secretário de segurança pública, Joaquim Mesquita, propôs aprovar a restruturação de carreira para os policiais civis. Porém, o projeto só seria avaliado na Assembleia Legislativa, em fevereiro, após o recesso parlamentar. ”Somente dia 17 de fevereiro haveria a finalização do projeto de restruturação, com aumento de efetivo e promoção de policias”, explica.
Corte de Pontos
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) acatou ação civil pública proposta pelo governo do Estado e declarou como ilegal a greve dos policiais civis. O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a decisão. Com isso, o ponto dos grevistas será cortado, em virtude da paralisação.
Silveira Alves disse que no próximo dia onze, será julgado pelo TJ-GO mandado de segurança, que irá avaliar sobre o corte de ponto durante a greve. O sindicalista ainda ressalta que o STF não se posicionou por suspender a greve. Segundo ele, o Supremo indeferiu a liminar por saber que a justiça goiana irá julgar o caso nos próximos dias.
“Nós fizemos uma reclamação ao STF com pedido de limiar em relação a demora do Tribunal de Justiça de Goiás, em julgar o mandato de segurança. Sabendo que o Tribunal de Justiça já tem uma data para julgar o mandado de segurança ele indeferiu a liminar”, aponta.
Na próxima terça-feira (10), deve ser realizada mais uma reunião entre os líderes do movimento grevista e o secretário de segurança pública, Joaquim Mesquita. Na quinta-feira, uma nova assembleia geral será realizada para deliberação sobre a continuidade ou encerramento da greve.