Em resposta à delação a acusações de um dos donos do frigorífico JBS, Joesley Batista, o presidente Michel Temer (PMDB) divulgou na tarde desta segunda-feira (19) nas redes sociais um vídeo no qual afirma que os “criminosos não sairão impunes”.
Em uma entrevista concedida à revista Época, Joesley Batista classifica Temer como o “chefe da maior e mais perigosa organização criminosa do país”, integrada, segundo o empresário, pelo deputado cassado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os ex-ministros, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.
O empresário já havia apresentado, no final do mês de maio, a gravação de uma conversa com Temer na qual o peemedebista teria autorizado a compra do silêncio de Eduardo Cunha em uma delação premiada.
O deputado cassado, que já estuda junto a advogados a possibilidade de fazer delação, enviou uma carta, também no final de maio, na qual nega que Michel Temer teria comprado o seu silêncio. Na mesma época, em tom de indignação, Temer fez um pronunciamento negando as acusações e enfatizando que não renunciaria ao mandato.
Leia na íntegra o que disse o presidente no vídeo postado em seu perfil no Twitter:
“Acabamos com os favores que privilegiavam apenas algumas poucas empresas. Cortamos as práticas que permitiam a criminosos crescer à sombra dos ilícitos e do dinheiro público jorrado sem limite e com juros camaradas. E muita gente não gostou disso. Já está claro o roteiro que criaram para justificar seus crimes. Apontam o dedo para outros tentando fugir da punição. Aviso aos criminosos que não sairão impunes. Pagarão o que devem e serão responsabilizados pelos seus ilícitos.”
Ainda nesta segunda-feira, Temer entrou na Justiça contra o empresário Joesley Batista e registrou uma queixa-crime por calúnia, conforme previsto no artigo 138 do código penal. Se for condenado, o dono da JBS pode pegar de seis meses a dois anos de prisão, além de pagar multa. No caso em que o delito é cometido contra o presidente da República, a pena pode aumentar em 1/3.