Os 12 jovens integrantes do programa Aprendiz do Futuro que estiveram na Europa, em novembro, participando de atividades de intercâmbio, tiveram a primeira programação oficial após retorno ao Brasil. Em ato realizado nesta segunda-feira (12), no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, os embaixadores Demà compartilharam conhecimento e experiências com os demais participantes do programa.

Durante o evento, os jovens trouxeram diversas experiências adquiridas durante o intercâmbio. Elisa Rosa Soares, por exemplo, deu destaque para o combate à fome, a partir da redução do desperdício de alimentos, aliada a sustentabilidade.

“Estava ansiosa para transmitir um pouco dessa oportunidade incrível, por exemplo, estivemos com o presidente da Catalunha. A sustentabilidade é um tema pertinente na Europa. Quanto na Espanha, e em Bruxelas houve muita atenção quanto a sustentabilidade”, relatou. A jovem reforçou que é interessante pensar nas futuras gerações, a partir de um consumo sustentável.

Elisa Rosa (esquerda), Allana Vitória e outras embaixadoras Demà durante solenidade. Foto: Samuel Straioto.

A partilha de conhecimento foi feita de forma presencial, mas jovens de todas as cidades também acompanharam, por meio de transmissão via internet.

“Achei muito positivo. Eles ficaram um pouco nervosos no início, mas foram se soltando. Falar em primeira pessoa é isso mesmo, eles poderem se expressar, falar suas gírias, a sua linguagem e o pessoal de casa, 6 mil jovens compreender e sentir um pouquinho o que eles conseguiram viver lá na Europa”, destacou Rayane Monteiro, diretora Educacional da Renapsi.

Cultura

Beatriz Martins Leite de Souza relatou que as diferenças culturais chamaram bastante atenção dela. Ela contou que um exemplo foi quando estava em um restaurante com outros jovens e viu uma pessoa famosa que estava com a família. Beatriz pensou em cumprimentar e pedir uma foto, mas foi recomendada por outros jovens para ensinar.

“Foi uma experiência muito bacana, e isso acrescentou bastante nas nossas vidas, diferentes costumes, diferentes pessoas, lugares. Acredito que a maneira como eles (europeus) enxergam o mundo é distinta, por exemplo, fomos num lugar lanchar e havia uma pessoa famosa e não nos deixaram falar com ela, pois estava no seu momento de lazer, achei muito interessante isso de aprender a respeitar o momento do outro, ou seja, aprendi que todos são iguais, independente se é famoso ou não”, descreveu Beatriz.

Meritocracia

O secretário de Desenvolvimento Social, Wellington Matos destacou que o esforço dos jovens se reflete em meritocracia. Ele destacou que os embaixadores souberam identificar a oportunidade ofertada a eles.

“Isso é meritocracia. Todos jovens muito bem avaliados na rede de ensino e conquistaram esse prêmio de representar Goiás no parlamento Europeu, diante de autoridades mundiais. É uma grande oportunidade que passa na vida da gente. Eles são jovens que têm boas notas na escola, não deixaram a oportunidade passar, casou o bom desempenho com a meritocracia”, disse o secretário de Desenvolvimento Social, Wellington Matos.

Elisa Rosa trouxe uma mensagem de otimismo para que outros participantes do Aprendiz do Futuro também se sintam motivados em agarrar as oportunidades que aparecem ao longo da vida.

“Nós estamos aqui nos capacitando para concorrer de forma igual com qualquer um. A oportunidade está aí na cara. Todos têm capacidade”, finalizou a jovem. Dentre os 12 embaixadores, cinco moram em Goiânia e sete em municípios do interior de Goiás.

A diretora Educacional da Renapsi, Rayane Monteiro afirma que outro aspecto imporante é que a partilha de conhecimento não se deu diretamente para os integrantes do Aprendiz do Futuro, mas ainda para as famílias e comunidades em que os jovens estão inseridos.

“Além dos 6250 jovens do programa que eles estão falando diretamente, cada jovem deste está inserido em uma comunidade, então as pessoas que estão próximas, estão vivenciando com eles também o que vivenciaram na Europa; Pode ser que não seja um jovem aprendiz, mas estão vendo a Elisa, a Beatriz, a Vanessa e no seu município dizer que se elas conseguiram, eu também consigo”, explicou Rayane.

Pensar no próximo

O secretário Wellington Matos perguntou se os jovens que participaram do intercâmbio teriam interesse em fazer atividades voluntárias, ajudando o próximo, principalmente aquele que mais precisa. Allana Vitória explicou que essa ajuda parte de questões simples como evitar jogar lixo no chão, pensando no próximo.

“Lá a gente vê muito isso, aqui não vimos tanto. Vimos essa preocupação que as pessoas têm em ajudar o próximo”, disse Alana. A jovem completou sobre a sustentabilidade, de evitar jogar lixo no chão, pois para ela isso prejudica o próximo. “A gente pode, a gente consegue, a minha atitude pode ser boa ou pode ser ruim para o próximo. Precisamos colocar a mão na consciência.

Intercâmbio

Os jovens saíram de Goiânia no dia 11 de novembro. O Intercâmbio Cultural passou por locais como Barcelona, região da Catalunha, na Espanha. Entre os diversos compromissos, os jovens cumpriram uma agenda oficial com o presidente da Catalunha, Peres Aragonès, deputados do Parlamento Europeu, além de jovens estudantes de diversos países.

Os Embaixadores Demà também tiveram agenda em Portugal e na Bélgica. Na última etapa da viagem, em Portugal, entre os diversos compromissos, os jovens conheceram a Fundação da Juventude e também o Conselho Nacional da Juventude.

Kits

Na solenidade também houve a entrega de kits com crachás, uniformes e tablets para os novos integrantes do Aprendiz do Futuro. Até então, o programa contava com 5 mil jovens e houve autorização para contratação de mais 1 mil 250. Para a diretora educacional da Renapsi, Rayane Monteiro, o tablet não é simplesmente um equipamento, mas uma ferramenta tecnológica que ajuda na busca do conhecimento.

“É um item diferencial, pois faz toda a diferença para o jovem, eles tem na palma da mão o acesso livre ao curso e toda a estrutura para o aprendizado deles, então ter o tablet não é só ter um equipamento eletrônico, é ter a oportunidade de estudar em casa, no ônibus, aonde o jovem estiver, terá acesso a diversos conhecimentos”, explicou Rayane.

O que é o programa?

O Aprendiz do Futuro atende 6 mil 250 jovens em vulnerabilidade econômico-social, estudantes da rede pública ou bolsistas da rede particular e aqueles com renda familiar de até dois salários-mínimos.

O programa também abrange Jovens com deficiência, que cumprem medidas socioeducativas e membros de comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ciganos e afrodescendentes são prioridades. E, ainda, jovens pertencentes a famílias que possuam em sua composição mulheres vítimas de violência doméstica.

Jovens com idade inferior a 18 anos possuem carteira assinada e salário de R$ 569,36, além de R$ 150,00 de vale-alimentação, décimo terceiro, férias, seguro de vida, vale-transporte e tablet com internet para fazer cursos de capacitação.