Empresas questionam OCDE sobre exigências para entrada do Brasil

MÔNICA BERGAMO / SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um grupo de representantes de 30 empresas, como Petrobras, Suzano, Natura e Mercado Livre, terá reunião nesta quinta-feira (3) com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), Mathias Cormann, para sondar como agilizar a entrada do Brasil no chamado “clube dos países ricos”.

No encontro virtual, intermediado pela ICC (Câmara de Comércio Internacional) Brasil, os convidados querem saber como o país, que acaba de iniciar formalmente as negociações para ingresso na OCDE, pode cumprir as principais exigências para ser aceito, sobretudo nas áreas ambiental e tributária.

O grupo brasileiro também pretende ouvir de Cormann informações sobre os próximos passos e prazos para a adesão à OCDE, que é uma das prioridades da política externa do governo Jair Bolsonaro (PL).

A ICC Brasil, que reúne mais de 200 empresas, defende há tempos o ingresso na organização, visto como uma forma de ampliar a inserção comercial do país no mercado global.

A OCDE incluiu nos documentos que formalizam o começo das negociações para a inclusão do Brasil obrigações de redução de desmatamento e medidas de mitigação de mudanças climáticas previstas no Acordo de Paris.

O comprometimento dos países com redução do desmatamento e preservação da biodiversidade são considerados fundamentais na avaliação para autorizar a entrada na entidade. Além do Brasil, foram convidados para iniciar o processo: Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia.

Há resistência de membros da OCDE em relação à participação do Brasil por causa da política ambiental de Bolsonaro. As maiores objeções são colocadas pela França, que já avisou: a entrada dependerá de progressos sérios, concretos e mensuráveis na luta contra o desmatamento e as mudanças climáticas.