Embora o trânsito flua com normalidade desde o início desta manhã, a ponte da avenida Marechal Rondon, no Setor Vila Nossa Senhora Aparecida, região norte de Goiânia, ficou intransitável nos dois sentidos durante boa parte da noite de terça (19) e madrugada de quarta-feira (20). Com a forte chuva que atingiu a capital, o córrego Anicuns transbordou, inundando ruas e casas do setor.

Em entrevista ao programa A Cidade Fala, da Rádio 730, o Coronel Monteiro, responsável pela operação de enchentes e alagamentos do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), explica que a chuva desta terça-feira fugiu da normalidade, e que umas das causas das ocorrências de alagamentos é a dificuldade de absorção e escoamento da água na capital.

“Nós tivemos uma chuva bem anormal essa noite, foram cerca de 110 milímetros nessas últimas 24 horas. Isso significa que choveu mais de um metro, em média, na cidade. As enchentes ocorrem ocasionalmente, ainda mais que a gente está impermeabilizando a cidade toda. Com asfalto, a cidade fica com pouca absorção de água”, aponta.

Até um centro de distribuição domiciliar dos Correios próximo à também foi atingido pela enchente, inutilizando equipamentos e arquivos do local. O secretário do sindicato dos Correios, Edimar Ferreira, afirma que o alagamento no local não surpreendeu, e que podia acontecer a qualquer momento.

“Não foi surpresa, porque esse acidente já era premeditado, sabia que iria acontecer a qualquer momento. Nosso estado vem sendo alvo de tempestades um pouco forma do normal. Os Correios têm, a menos de 500 metros do local que foi inundado, tem um prédio alugado há mais de três anos, e não conseguiu mudar. Agora é fazer a mudança daqui às pressas para a Vila Brasília”, ressalta.

Para Fabiano Tavares, morador da Vila Nossa Senhora Aparecida, uma enchente como esta ainda não tinha sido vista na região. Ele relata a sensação de impotência dos vizinhos, que pouco puderam fazer para salvar os pertences dentro de casa, e acredita que obras em um parque podem ter contribuído para a cheia do córrego.casa

“Toda chuva é esse desespero, a tensão, o terror que a gente vive porque (…) há impotência, não tem que fazer e esperar a água subir. Graças a Deus, um vizinho ajuda o outro, mas tem vizinho que perdeu dois carros, móveis, geladeira, fogão, tem gente sem documento. Tem quem chegou aqui dizendo que a água tava na lage. Moro aqui há mais de 20 anos, isso aqui nunca inundou dessa forma. Pra mim tem muito a ver com a obra que estão fazendo do Macambira-Anicuns”, afirma.

Outros bairros que também registraram alagamentos foram Vila São Paulo, Gentil Meireles, Perim, Urias Magalhães, Vila São José, Crimeia e na ponte do Rio Caveirinha, sentido Nova Esperança/Finsocial. O Coronel Monteiro acrescenta ainda que a população pode acionar os Bombeiros pelo número 193 ou a Defesa Civil pelo 199.