Com a pandemia do novo coronavírus, o negacionismo científico se intensificou. Uma pesquisa liderada por um brasileiro, quer saber se a institucionalização desse comportamento na figura de líderes políticos comprometeu a eficácia do combate ao coronavírus.

O pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), Renan Leonel, explicou que a ideia inicial da pesquisa era investigar, juntamente com um colega da Columbia University, os resultados gerados pela pandemia com relação a produção do conhecimento.

“Porém nos deparamos com a gravidade da crise causada pelo coronavírus. Então decidimos acompanhar o desenvolvimento da pandemia como um fenômeno sociológico e produzir conhecimento para estudar como as sociedades vão responder a esse fenômeno que é algo completamente novo”, explicou.

Renan Leonel esclareceu que o Brasil tem um sistema de saúde universal, que permite criar programas grandes de saúde pública com a adesão da população. O pesquisador afirmou também que o país é, internacionalmente, reconhecido pela pesquisa na área da saúde pública.

“Se engana quem acredita que a pesquisa no Brasil é fraca ou que não tem impacto. Desse ponto de vista nós esperávamos que o país utilizasse o conhecimento que está sendo produzido. Acreditávamos que essa pandemia seria bem gerida, mas ao longo dos meses vimos o que realmente aconteceu”, esclareceu Leonel.

O pesquisador explicou também que a reprodução do vírus se tornou uma consequência de fatores sociais e não apenas biológicos. Para Leonel, dentre os fatores, o mais interessante é a promoção da desinformação ao longo da pandemia.

“A nossa surpresa não foi apenas sobre a questão da desinformação, porém não esperávamos que, nesse momento, ela avançasse de forma tão rápida”, afirmou.

Confira na íntegra a entrevista com Renan Leonel no Tom Maior #91