O ensino híbrido chegou às universidades federais. O modelo mescla momentos em que o aluno estuda de maneira virtual, com outros em que a aprendizagem ocorre de forma presencial. Nesta semana, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) apresentou o Programa de Mobilidade Virtual em Rede, e que começa a ser implementado neste semestre de forma piloto na Universidade Federal de Goiás (UFG) e em outras três instituições instituições no Brasil [Rio Grande (FURG), Maranhão (UFMA) e do Sul da Bahia (UFSB)].

O presidente da Andifes e reitor da UFG, Edward Madureira, explica em entrevista à Sagres TV nesta quinta-feira (11) que o ensino híbrido é um desejo de professores e alunos, e que a pandemia de Covid-19 antecipou esta necessidade.

“Tanto estudante quanto professor querem uma situação de ensino que seja híbrida. Não dá para falar em educação à distância simplesmente, isso não combina com universidade. Universidade é presencial, a presença no campus, as interações fazem parte da formação. Mas também não dá para falar que vai ser só dessa forma mais. O ensino híbrido, a pandemia nos empurrou para ele, que na verdade estava tudo aí. Havia uma certa resistência, uma certa zona de conforto em fazer fazer isso”, afirma. “Eu não tenho mais nenhuma dúvida de que isso chegou para ficar”, complementa.

Inicialmente, no programa, serão oferecidas vagas em 340 disciplinas de diversas áreas do conhecimento. Edward Madureira afirma que, apesar do clamor por mudanças e por mais presença da tecnologia no ensino, ainda há resistência no meio acadêmico.

“Existe sim resistência de alguns professores, essa resistência diminuiu absurdamente. A gente percebe também que a novidade faz com que o professor, em algumas situações, erre a mão na quantidade de conteúdo, na exigência com o estudante. Do lado dos estudantes sempre tem aquele que quer utilizar a lei do menor esforço”, avalia.

Edward Madureira acredita que a tecnologia do ensino híbrido só poderá ter sucesso se a conectividade para professor e aluno for priorizada, e avalia que falta pouco para isso.

“Hoje as condições básicas de vida que são água, energia, saneamento, a gente pode incluir mais uma: conectividade. Conectividade é elemento básico para que a gente consiga fazer tudo isso”, afirma. “São coisas pequenas a resolver nesse âmbito, na minha avaliação, mas acho que o grande problema é garantir a conectividade e investir em plataformas nacionais para que a gente não fique refém dessas outras plataformas. O Promover pode fazer isso”, conclui. Ouça a entrevista na íntegra

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