A frustrante eliminação nas quartas de final do time do “Quadrado Mágico” para a França de Zinedine Zidane e a péssima gestão daquele grupo na Copa do Mundo de 2006, o desempenho fraco, embora vitorioso, na Copa América de 2007, situação repetida na Copa das Confederações de 2009, então seguida de outra queda nas quartas de final, de forma muito mais dolorosa para a Holanda.
Nova revolução, nova queda, com o pior desempenho na história da Seleção na Copa América, em 2011. Outra mudança, desempenho fantástico na Copa das Confederações de 2013 em casa, fechando o título com chave de ouro sobre a Espanha. Na Copa do Mundo, classificações aos trancos e barrancos até a derrota mais humilhante do futebol brasileiro: 7 a 1 para os futuros campeões, em pleno Mineirão, na semifinal. Não menos importante, outra goleada sofrida na disputa pelo terceiro lugar, 3 a 0 para a Holanda.
Mas não era o bastante. Conseguiram piorar ainda mais a situação. Insistido o erro e duas eliminações precoces na Copa América, em 2015 e 2016, a última superando o recorde negativo de pior desempenho na competição continental, levaram a equipe para o fundo do poço. Depois de uma sucessão de erros desde o último título, há doze anos, enfim o Brasil começa a trilhar um caminho de sucesso e bom futebol. Nas mãos de Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, a Seleção voltou a ser e jogar como… A Seleção.
Período vitorioso que começou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro um mês após Tite ser anunciado como novo treinador da seleção brasileira. Embora não tenha comandado a equipe que conquistou o primeiro ouro olímpico do Brasil no futebol, participou da construção do grupo e bebeu na fonte do time campeão de Rogério Micale para formar sua primeira convocação.
Desde então, a equipe venceu todas as partidas. Do início sob muita pressão contra o Equador na altitude de Quito, com grande partida do estreante Gabriel Jesus, decidindo a partida no final. Neymar, autor do primeiro gol na estreia, seguiu protagonista e deu a segunda vitória com gol sobre a Colômbia, em Manaus. Um mês depois, em Natal, goleada sobre a Bolívia para extravasar e ganhar confiança. Mantida na distante cidade de Mérida, contra a Venezuela, retornando o Brasil no lugar que deveria estar desde o início: o topo.
Liderando as Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018, depois de se recuperar da frustrante sexta posição, o primeiro grande desafio: a Argentina. E o time se saiu mais do que bem, vencendo os rivais por 3 a 0 no mesmo local que caiu vergonhosamente para a Alemanha dois anos atrás. Na madrugada em Lima, vitória para confirmar a série vitoriosa e fechar o ano com chave de ouro.
Agora, de volta ao período de jogos oficiais, depois da vitória amistosa sobre a Colômbia no jogo em lembrança às vítimas da tragédia de Medellín, o Brasil de Tite está a poucos passos de confirmar vaga para a Rússia. Com 27 pontos, considerando o retrospecto dos últimos anos, um ponto é o bastante, ainda que matematicamente seja possível perder a vaga. De qualquer forma, com 28 ou 30 pontos, contra o Uruguai, vice-colocado, a Seleção não irá até Montevidéu para se conformar com a classificação antecipada, e sim confirmar a evolução do jogo do time de Tite, que começa a dar forma no seu grupo.