A expressão “Bem vindo” em Libras, é uma das mensagens estampadas em uma parede da escola (Foto: Reprodução/SagresTV)
Na Escola Municipal de Ensino Integral Retiro do Bosque, em Aparecida, logo na recepção, mensagens em Libras. “Oi” e “bem-vindo”. Na sala de aula, onde estudam os 2 alunos surdos, a Nauana e o Davi, o conteúdo que a professora explica é traduzido simultaneamente pela intérprete de libras. Nauana Ferreira, de 9 anos, foi matriculada na escola em maio. Veio do Tocantins. Só agora está aprendendo libras. Está encantada. Com a ajuda da intérprete, disse à reportagem da Sagres TV, que é muito bom poder se comunicar com os colegas e se entendida. A intéprete Luciana Cristina dos Santos conta que à medida que Nauna aprende libras, o rendimento escolar da aluna melhorou muito.
Nauana contou que, além da escola, tinha muita dificuldade para se comunicar com colegas do bairro e principalmente com familiares, por isso, os pais foram convidados e aceitaram o desafio da direção da escola. Uma vez por semana, virão estudar libras, para poder se comunicar melhor com a filha.
Todos alunos aprendem Libras
Além da atenção com os alunos surdos, em todas as salas de aula da escola, uma vez por semana os 422 alunos aprendem libras. É uma disciplina do currículo, assim como Português, Matemática. Nós ouvimos vários estudantes e eles nos contaram que gostam de aprender libras. Nicole Campelo, de 9 anos, diz que agora ficou bem mais fácil se comunicar com os colegas surdos. Já o estudante Davi Felipe, que nasceu com surdez, bem cedo aprendeu libras. Mas pra ele tem sido uma excelente novidade estar cercado de colegas que também sabem essa linguagem.
O início e os próximos passos do projeto
Foi na Escola Municipal de Ensino Integral Retiro do Bosque, que começou, há 2 anos, o projeto piloto de inclusão, que já foi estendido a todas as 22 escolas municipais e centros municipal de educação infantil de aparecida que tem alunos surdos. Em toda a rede municipal, são 45 alunos surdos ou com audição reduzida. A secretária de educação Valéria Petersen disse que em breve serão oferecidos cursos gratuitos para professores, gestores e até funcionários de outras secretarias que lidam diretamento com o público. “É preciso que um surdo que chegue a um posto de saúde encontre alguém com quem possa se comunicar e, assim, ser melhor atendido”, diz a secretária.
Na escola do Retiro do Bosque, além dos dois estudantes surdos, o diretor José Isaías conta que existem 45 alunos com algum tipo de deficiência. São 5 com autismo, alguns com baixa visão, outros com dificuldade de locomoção e também com deficiência mental. “Tudo é feito no sentido de incluí-los. Nenhuma atividade é realizada em separado para alunos com deficiência. Nada disso. Tudo em conjunto. E é interessante ver como os demais alunos se integram. Preconceito é coisa de alguns adultos, não de crianças”, diz.
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Com tradução simultânea, André Reichert, doutor em linguística aplicada e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, abordou o tema “o trabalho do intérprete de Libras”. A palestra teve tradução simultânea, ou seja, o André usava libras e um intérprete falava ao microfone para todo o público. Esta foi uma das atividades do 3º Seminário Goiano de Educação Bilíngue, que pela primeira vez acontece em Aparecida. São discutidos temas como práticas inovadoras e formação de professores.
O seminário começou na terça-feira e se encerra nesta quinta. Acontece no auditório da Associação Comercial e Industrial de Aparecida (Aciag) e reúne estudantes, gestores, professores, tradutores, intérpretes de libras e parte da comunidade surda. A realização é do Instituto Federal de Goiás, Campus Aparecida, e da Secretaria Municipal de Educação de Aparecida. A secretária Valéria Petersen acredita que os temas tratados aqui, vão ter muito reflexo na sala de aula e destaca a presença de palestrantes reconhecidos nacionalmente, além de representantes do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Confira a reportagem de Silas Santos
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