Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Especialista fala sobre os efeitos que as redes sociais podem ter na saúde mental de idosos

No cenário cada vez mais conectado da sociedade contemporânea, um grupo vem se destacando pelo aumento expressivo de presença nas redes sociais: os idosos. A interação crescente de pessoas com mais de 60 anos com o universo digital tem despertado atenção não só por representar um novo comportamento, mas também pelos impactos que essa relação pode trazer para a saúde mental, os vínculos sociais e o bem-estar desse público.

Em entrevista ao programa Tom Maior do Sistema Sagres, a psicóloga Patrícia Machado trouxe reflexões importantes sobre esse fenômeno. “Sem dúvida há um aumento crescente, principalmente por parte do público idoso”, afirmou. De acordo com ela, os efeitos do uso das redes sociais são ambivalentes: podem ser positivos, mas também preocupantes.

Entre os benefícios, Patrícia destaca o sentimento de pertencimento e o estímulo à cognição. “Eles se conectam com amigos antigos, conversam com familiares que moram longe. Além disso, muitos têm buscado aprender com cursos online, como jardinagem, culinária, pintura, o que estimula o cérebro e traz prazer.”

Contudo, ela alerta para os riscos. O isolamento, agravado pelo uso excessivo das telas, é uma das questões centrais. “Os idosos já vivem, muitas vezes, em um mundo mais restrito, e as redes podem reforçar esse distanciamento do convívio social real, que também é essencial para a saúde mental.”

Fake news

A especialista também chama atenção para a vulnerabilidade diante de fake news e golpes virtuais. “Os idosos ainda não têm as ferramentas necessárias para identificar informações falsas. Muitos acabam acreditando em propagandas enganosas ou ofertas de medicamentos falsas, confiando em figuras públicas que sequer autorizaram aquele conteúdo”, relata.

A exposição constante às redes sociais também pode impactar diretamente a autoestima. “Hoje vemos muitos vídeos de idosos ativos, com aparência impecável, e isso pode gerar frustração. Eles não sabem que aquilo é um recorte ensaiado, não é a vida real”, afirma Patrícia. O fenômeno da comparação, frequentemente associado a adolescentes, também afeta os mais velhos.

Diante desse cenário, o papel da família e da sociedade é fundamental. “A conscientização é essencial. Pode vir por meio de campanhas públicas, mas principalmente através do diálogo com os familiares. São eles que muitas vezes instalam os aplicativos nos celulares dos idosos. É preciso orientar, acompanhar, e não apenas entregar o celular como forma de entretenimento.”

Para evitar problemas, a psicóloga sugere observar sinais de alerta. “Se o idoso prefere a tela a um encontro em família, ou começa a deixar de fazer atividades do cotidiano para ficar online, algo precisa ser revisto”, alerta. Ela também recomenda a busca por conteúdos mais leves e informativos, e o uso consciente do tempo online.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar

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