A falta de instrução, de fiscalização, a intenção de fazer economia ou mesmo a negligência são fatores listados pelo engenheiro agrônomo José de Souza Reis Filho e pela médica pneumologista Fernanda Miranda para a falta de cuidado no manuseio e utilização de agrotóxicos no Estado. Mesmo Goiás tendo uma economia essencialmente agrária, a preocupação com a proteção individual do trabalhador ainda não tomou conta do campo.

Os dois foram convidados do programa Clube da Felicidade, apresentado por Kadmous Alassal, nesta terça-feira (18).

Ouça o programa na íntegra: {mp3}stories/audio/2012/dezembro/KADMOUS-COMPLETO-18-12{/mp3}

Uma das grandes preocupações da Agrodefesa, segundo destaca José Reis, que é fiscal agropecuário do órgão, é o chamado “fracionamento” dos defensivos agrícolas. “A pessoa compra legalmente, desvia, fraciona o produto e revende”, descreve. “É muito importante que isso seja denunciado pros nossos fiscais”, pede.

José Reis lembra que o perigo das substâncias tóxicas utilizadas para controle de pragas, muitas vezes, é “subestimado”. “O problema do agrotóxico às vezes não é imediato, mas vai acumulando e as pessoas acabam se acostumando muito a isso. É um produto muito perigoso e as pessoas precisam se cercar de cuidados”.

Alerta

A médica pneumologista Fernanda Miranda acende um alerta, ao afirmar que o uso sem controle do agrotóxico pode gerar diversas doenças graves. Ela lamenta que a “baixa escolaridade das pessoas que lidam com essa substância”, impeça-os de compreender a complexidade do tema. “Essas substâncias, praticamente todas elas, possuem em sua composição, elementos que podem levar ao câncer”.