Na manhã desta quarta-feira (24), aniversário de Goiânia, a Rádio 730 recebeu o professor Reinaldo Pantaleão e o jornalista Valterli Guedes, conhecedores da história da capital. Projetada por Attílio Corrêa Lima, Goiânia chega aos 79 anos, de muito progresso, crescimento desordenado e desiquilíbrios.

Reinaldo Pantaleão conta que nasceu na Campininha das Flores e diz que é preciso resgatar um pouco da história para poder entender o próprio dilema da capital hoje. “Infelizmente o lado bucólico de Campinas morreu. Goiânia na verdade é fruto da marcha de Getúlio Vargas e com intervenção de Pedro Ludovico ela tem outro lado. Ao Getúlio nomear o Pedro Ludovico estabeleceu uma meta que era a interiorização do Brasil. Em 1933 foi lançada a pedra fundamental e escolheu-se com ajuda de Ludovico Goiânia”, explicou.

Para Pantaleão Venerando de Freitas Borges e Darci Accorsi foram os únicos prefeitos de Goiânia que tentaram cuidar do “batismo cultural”. “Em cinco de julho de 1942. Há uma polêmica sobre o aniversário de Goiânia. Há historiadores dizem que tem que ser em 1933, a data foi 18 de maio de 33, decreto 3359 e a outra tendência de historiadores que levanta a ideia que na verdade deveria ser no batismo cultural. O Pedro Ludovico queria uma grande festa da inteligência, por isso o batismo cultural ele fez esse processo. Eu acho que deveria ser cinco de julho. A data do 24 de outubro foi uma homenagem aos revolucionários de 30 que tomaram o poder”, explicou.

O comentarista Cleber Ferreira esclareceu que 24 de outubro tem a ver com o vínculo de Pedro Ludovico Teixeira com o Getúlio Vargas, houve a mobilização para ser no dia 23 dia do aniversário do fundador, mas ele não concordou. “Vamos fazer uma homenagem ao presidente porque a gente traz o apoio dele para a cidade que nasce. Goiânia está nascendo e temos inimigos por toda a parte, comprometendo Getúlio com o nosso plano a gente fica mais fortalecido. O dia que aqueles que tomaram o poder entregaram para Getúlio, Goiânia nasceu naquele dia”, ressaltou.

DSC04551Valterli Guedes defende a data de 1942, o batismo cultural. “Mas conforme a própria denominação foi batismo cultural não foi a inauguração. Eu acho normal que seja 24 de outubro, não em homenagem apenas a Getúlio Vargas, mas foi uma data muito importante. Getúlio não deu muito apoio, até porque o país não tinha muita condição”, declarou. Valterli informa que já entrevistou Pedro Ludovico várias vezes. “Ele era senador, mas ficava muito em Goiânia. Eu é que informei o doutor Pedro sobre a cassação dele. Eu tinha o telefone de cor dele, eram apenas quatro números. O jornalista disse que a reação dele foi normal e que parece que Ludovico já esperava a cassação.