A saúde mental na maternidade é um aspecto crucial, porém muitas vezes negligenciado, da experiência materna. Durante a gestação e o pós-parto, as mulheres passam por mudanças físicas, emocionais e psicológicas significativas que podem impactar profundamente seu bem-estar mental.
Para abordar esse assunto, o Sistema Sagres de Comunicação recebeu no Tom Maior a psicóloga Marcela Garrote e a nutricionista Pollyane Reis. A transição para a maternidade pode ser acompanhada de sentimentos de alegria e realização, mas também de estresse, ansiedade e depressão.
“É importante nós entendermos que desde o início da gestação, até o fim do puerpério, é o momento que a mulher estará mais vulnerável psicologicamente. A mãe já tem que cumprir muitos papéis ao longo da vida, mas essa fase específica é o momento mais propício para o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Por isso é importante fazer o pré-natal psicológico”, alerta Marcela.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto é uma condição comum, afetando cerca de 10 a 15% das novas mães. Seus sintomas podem incluir tristeza persistente, falta de energia, irritabilidade, alterações no apetite e sono, e dificuldade em estabelecer uma ligação emocional com o bebê. Além disso, a ansiedade pós-parto, que pode manifestar-se como preocupações excessivas com a saúde e o bem-estar do bebê, também é prevalente.
“O ideal é quando descobrir que está grávida, ou até antes, planejando ser mãe, que dá um espaço de tempo para entendermos se de fato ela quer ser mãe, ou é apenas uma pressão social que todas nós sofremos. Depois disso, a gente começa entender o que está mudando na vida da mulher. Então, fazemos uma psicoeducação de tudo o que vai acontecer”, reforçou a psicóloga.
Fatores como a falta de suporte social, experiências de parto traumáticas, histórico de problemas de saúde mental, e desequilíbrios hormonais podem aumentar o risco de transtornos mentais durante a maternidade. Por isso, é fundamental que as mulheres tenham acesso a redes de apoio e recursos de saúde mental, como terapia e grupos de apoio, bem como um ambiente que favoreça a comunicação aberta sobre suas emoções e dificuldades.
“A gente vem já com problemas do dia a dia, desafios, e quando engravida, tem mais um [desafio]. Saber lidar com tudo isso, tendo um bebê dentro de você, a gente fica com mais medo ainda. Como lidar com tudo isso? Foi quando busquei essa ajuda psicológica”, contou Pollyane.
Assista à entrevista na íntegra:
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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