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Uma área da região da Vila Canaã e de bairros vizinhos é conhecida como “Robauto”, pelo fato de bandidos furtarem veículos e revenderem peças ou, até mesmo, carros furtados ou roubados. A Polícia Civil realizou a operação Sétimo Selo, que teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável pela receptação de veículos roubado. De acordo com a polícia, 18 pessoas foram alvos durante a operação.
O suposto esquema usava empresas de fachada e laranjas para dar legalidade aos veículos roubados. Parte do dinheiro obtido com a comercialização irregular era direcionada ao financiamento do tráfico de drogas. De acordo com o delegado Gustavo Rigo, a organização criminosa era constituída por dois principais núcleos.
O primeiro deles era chefiado por dois homens conhecidos como “Irmãos Bola”, Luís César Martins de Souza e Luís Eduardo Martins de Souza, eles tinham algumas empresas de fachada com o nome MEGA e agiam em conjunto com os sócios da Maranata Veículos, Lindemberg Hudson de Souza e Ulemberg Nunes de Lima, que está foragido, desde a primeira fase da operação realizada em abril. O delegado Gustavo Rigo detalha outros pontos do esquema.
“O primeiro núcleo era chefiado pelos ‘irmãos Bola’, Luís César e Luís Eduardo, eles eram tidos como ‘Intocáveis’ e comandavam toda parte da ‘Robauto’. São criminosos audaciosas que ao longo de 20 anos conseguiram enriquecer com base no crime” ressaltou. “O outro núcleo também era constituído por empresários, Lindenberg e Ulemberg, dono da Maranata Veículos esses indivíduos também adulteravam veículos e posteriormente essas caminhonetes eram repassados para terceiros, é importante destacar que todos esses indivíduos tinham uma ligação estreita com alguns roubadores que promoviam roubo de veículos” completou.
A organização é responsável por alguns casos de violência em Goiás, como o resgate de detentos no presídio de Formosa e o atentado a um juiz. Um dos investigados na operação, Paulo Eurípedes Caetano, foi morto na loja em que trabalhava. O delegado Gustavo Rigo explica que o bando atua há 20 anos e o prejuízo pode chegar a R$ 50 milhões. Durante a operação 30 veículos de luxo foram apreendidos e 51 imóveis foram sequestrados. Segundo as investigações, os líderes do grupo tinham uma vida de luxo.
“Eles viviam como se fossem empresários de bem, viviam em condomínio de luxo e eles se valiam de todo esse aparato empresarial para dar legitimidade a todas as ações criminosas” ressaltou.
Os envolvidos podem ser indiciados por uma série de crimes como: receptação, formação de quadrilha, estelionato, financiamento com custeio para o tráfico drogas, lavagem de capitais e crimes contra a ordem tributária. As investigações continuam e a Polícia ainda procura Ulemberg Nunes de Lima.