Chegamos à segunda quinzena de agosto, e até agora, o governo estadual não pagou nenhuma parcela do auxílio do Pró-Atleta aos 587 esportistas selecionados esse ano para receber uma bolsa-auxílio de valores que variam de R$ 750, R$ 500 e R$ 250, dependendo da categoria. Diferente do que noticiamos em julho, que a Agência Goiana de Esportes e Lazer (Agel) faria o pagamento na primeira semana de agosto, isso não aconteceu. Atletas, que preferem não se identificar, denunciam novamente a falta do pagamento.
O Pró-Atleta foi criado em abril de 2002 , com o nome de “Bolsa Esporte”, para incentivar atletas de alto rendimento no Estado em três níveis. O dinheiro que eles recebiam era para custear gastos como alimentação, transporte, inscrições e uniformes para que pudessem continuar treinando e representando Goiás em suas modalidades.
Sem essa ajuda mensal, há um bom tempo, já que nos anos anteriores o pagamento do programa também não foi feito rigorosamente, os atletas estão se virando para continuar praticando suas atividades. Eles tem contado com ajuda de federações, patrocínios e mais com as próprias famílias e se sentem desamparados pelo governo estadual, em quem confiaram para continuar sonhando em ter um dia o reconhecimento almejado.
Quem acompanha esses atletas, diz que a falta de pagamento interfere no rendimento deles. Para o presidente da Ipiranga Atlético Clube, Marcos Bonfim, filiada à Federação Goiana de Atletismo, eles torcem para o restabelecimento da normalidade da política criada pelo governo para auxiliar o atleta, mas admite que está muito burocrático. “Nós que acompanhamos o dia-a-dia ( de rotina, hehehe) deles, sabemos que eles não se sentem estimulados. Estamos na expectativa para que o problema seja sanado, e eles voltem a se sentir amparados e voltem a treinar com mais tranquilidade para representar o Estado”, argumenta.
No mês passado, a reportagem da Rádio 730 conversou com a mãe de um atleta contemplado pelo programa, que descreveu como a inadimplência do Pró-Atleta mudou a rotina de treinos e sobrecarregou as despesas da família. Ela disse que a maior parte dos salários dela e do marido vão para custear os gastos do filho com o esporte que ele pratica como a mensalidade da academia, transporte, alimentação, uniforme, viagens, inscrições em competições e hospedagem. “Esse ano, fomos para a Alemanha e Aracajú; já a próxima competição será no Panamá e ele vai ficar de fora”, lamentou a mãe do atleta.
A justifica para o atraso do pagamento, segundo o gestor do Pró-Atleta, Cleyton Araújo, é devida a burocracia para o trâmite do termo de cooperação que é feito para que o dinheiro do Protege – Fundo de proteção Social, seja liberado. “Além da demora da PGE em outorgar esse termo, a Agel agora está providenciando uma certidão negativa com o INSS, que deve ser paga até segunda-feira (19), o que vai garantir o desbloqueio para receber o recurso e pagar os atletas”, prometeu. Cleyton Araújo garantiu que a Agel vai pagar 7 parcelas do benefício aos 587 atletas atualmente selecionados. Só para custear esse investimento, vão ser destinados ao programa até R$ 250 mil ao mês.