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Os jovens estão entre os mais afetados pelo arrojo econômico que atingiu o país nos últimos três anos. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, cerca de 30% da população brasileira entre 18 e 29 anos está sem trabalho. Por isso esse primeiro contato prático do universitário com a futura profissão pode fazer toda a diferença

Além de um processo de aprendizagem indispensável, o estágio é a melhor forma de ingresso no mercado de trabalho para quem não tem experiência. É nessa ocasião que o estudante pode mostrar seus talentos e ter contato com profissionais já formados, iniciando assim um networking que pode ser a diferença entre um jovem profissional empregado ou um recém-formado sem trabalho. Essa estratégia ganha ainda mais importância em tempos de crise, como no Brasil, que tem atualmente a maior taxa de desemprego entre jovens de 18 a 29 anos desde 1991, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade revela que cerca de 30% da população brasileira nessa faixa etária está sem trabalho.

Para fugir dessa estatística, o estudante do sétimo período de engenharia civil Eduardo Oliveira Santos, 20 anos, já deu um importante passo. Desde o último dia 19 de abril, ele comemora seu primeiro contato com o mercado de trabalho. O futuro engenheiro é um dos dois estagiários selecionados recentemente pela  CMO Construtora, por meio de um convênio entre Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) e a Escola de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás).

“Nesses meus primeiros dias eu já participei do planejamento da obra, vistoria nas etapas da obra, acompanhei o levantamento de material a ser utilizado nos nas construções”, conta empolgado o estudante. Eduardo conta que desde o início do curso queria arrumar uma oportunidade numa empresa que já estivesse há muitos anos no mercado, como a CMO Construtora que tem 30 anos de mercado, então quando surgiu a oportunidade aceitou participar do processo seletivo sem pestanejar. “A importância do estágio para mim é muito grande, pois esse será o momento em que vou colocar em prática tudo que aprendi e estou aprendendo na faculdade. E acho que é ainda mais importante porque estamos passando por uma fase difícil no mercado de trabalho e poder estar dentro de uma empresa já consolidada e adquirir experiência é essencial”, avalia o estudante.

O contrato de estágio de Eduardo, assim como de seu outro colega selecionado, tem duração de seis meses, podendo ser renovado para o máximo de dois anos.

Planejamento

Para quem está procurando ou fazendo um estágio, planejamento é a palavra chave para se garantir uma oportunidade de trabalho tão logo estudante se forme. Isso é o que demonstra uma recente pesquisa realizada pela Etalent, empresa com atuação nacional e especializada na gestão de comportamentos de pessoas. O levantamento  feito com jovens entre 18 e 25 anos, apontou que 73% dos entrevistados dizem considerar importante ter um planejamento de carreira para o seu futuro profissional. No entanto, a maior parte dos entrevistados não sabe como fazê-lo.

Para a coordenadora de estágio da Escola de Engenharia da PUC Goiás, Cybelle Luiza Barbosa Musse, esse planejamento da carreira deve começar já nos primeiros períodos da faculdade, com a procura de estágios, mesmo que seja sem remuneração. “É em campo que esse estudante poderá colocar em prática toda teoria que aprendeu em sala de aula, mas é a partir do estágio, que o estudante começa a planejar sua carreira profissional, afinal é um contato com o mercado de trabalho em que ele irá atuar. Portanto, é uma oportunidade de pensar que caminhos seguir em sua carreira profissional, podendo até garantir uma vaga de emprego após se formar nessa empresa onde faz o estágio”, aconselha.

Aprendizado

De acordo com o engenheiro Marco Aurélio Moreira, diretor técnico da CMO Construtora, a parceria com a Ademi-GO e a PUC Goiás possibilitou a abertura de três vagas de estágio na construtora, duas para os canteiros de obra e uma para área de compras.

Marco Aurélio explica que os estagiários têm um ganho de aprendizagem muito grande, pois participam de atividades que envolvem várias fases de um grande empreendimento, como planejamento, vistoria em cada etapa da obra, levantamento de material a ser utilizado nas construções, entrega do empreendimento aos proprietários, cotação de materiais, atendimento ao cliente. “Todas essas atividades realizadas pelos estagiários têm a devida orientação de nossos engenheiros”, explica o executivo da CMOl.

“Essa parceria está sendo e será muito boa, pois queremos ajudar esses estudantes a aprimorarem seu aprendizado e ao mesmo tempo a empresa ganha pois esses futuros profissionais trazem novidades interessantes das universidades e tem o conhecimento fresco na memória, ou seja é um benéfico para ambos”, ressalta Marco Aurélio.

E um estágio realmente garante mais chances no mercado de trabalho, o que diga Thiago Henrique Quirino, 32 anos, que é um dos engenheiros da CMO Construtora e em 2008 começou como estagiário na empresa e logo quando se formou foi efetivado. O profissional já contabiliza dez anos de empresa e confirma que a oportunidade que teve ainda como estudante fez a diferença em sua carreira.

“Para mim foi muito importante, pois a prática na obra ajudou muito a complementar o  meu conhecimento acadêmico. Como estudante o nosso contato com as obras é muito pouco, e quando você chega no canteiro de obra de fato percebe como as coisas realmente funcionam. E ao final do curso, se você tem essa experiência prática, faz muita diferença no mercado de trabalho”, afirma Thiago.