A Amazônia somou mais de 12 mil queimadas em apenas quatro dias do mês de setembro, segundo dados do programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em entrevista à Sagres, o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, afirmou que a floresta se aproxima de um ponto de não retorno com a sequência de queimadas com valores altos.

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“O que nós estamos vendo hoje de queimadas na Amazônia é decorrente de desmatamentos que ocorreram nos últimos meses. Essas áreas são objeto de limpeza, para outros usos, eu diria até que por facções criminosas. É a continuidade de um processo de degradação”, disse Carlos.

O presidente destacou que essas ações criminosas não começaram recentemente, mas que a falta de políticas do atual governo pode ter sido, na visão, dele uma facilitadora. “Nós devemos perseguir um estado de legalidade para a Amazônia, de coisas constitucionais no sentido que se respeite a proteção ambiental determinada pela lei”.

Neste dia 5 de setembro é celebrado o Dia da Amazônia, uma data que, segundo Carlos, visa promover a conscientização e demonstrar a importância da floresta. “Do ponto de vista ambiental, essa importância extrapola até a própria região, na medida que ela é o grande indutor, o grande elemento que transpõe umidade e chuvas para todo o continente sul-americano. Além de ser um grande regulador climático na zona do Equador, importante para todo o mundo”, declarou.

Porém, o presidente do Proam afirmou que a data não tem atingido o objetivo para o qual foi criada. “É mais um exemplo de que, às vezes, as leis são boas, mas não conseguem fazê-las reais, implementá-las”, concluiu.

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