Familiares e amigos lamentam a morte do cinegrafista goiano Ari Ferreira de Araújo Júnior, conhecido como Ari Júnior, de 48 anos, uma das vítimas da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, na madrugada desta terça-feira (29). A maior tragédia da história do futebol brasileiro.
A equipe de reportagem da rádio 730 foi até Trindade e conversou com Valquíria. O repórter Juliano Moreira não entrevistou a ex-esposa do cinegrafista, mas deixou o microfone da emissora aberto para todos nós conhecermos um pouco mais sobre Ari Júnior e como estavam sendo os últimos dias desse grande profissional.
Confira as falas e ouça no final do texto a entrevista completa:
Últimos dias
“Ficamos dois meses sem nos falar, mas nas últimas três semanas ele me ligava cerca de três vezes por dia mais ou menos e contou que estava fazendo uma bateria de exames. Ele achava que estava com problema do coração, pedi pra ele largar o trabalhar e cuidar da saúde. O Ari foi até um pouco melancólico nos últimos dias. Voltamos a conversar sobre o passado, conversamos muito sobre o começo do casamento; nos questionamos porque não deu certo; se tivesse dado certo qual seria o motivo; ele me pediu perdão por algumas coisas”.
“Quando foi ontem de manhã, ele me ligou dizendo que ia para Colômbia e revelou que tinha sonhado muito com minha filha – Isabelle, de 15 anos – ele dizia que ela era a mulher da vida dele. Eu contei que ela estava bem, após ele mencionar que teve uns sonhos estranhos com ela. E ele me confirmou que assim que voltasse da Colômbia iria fazer um trabalho próximo a Goiânia e me pediu para levar ela pra ele ver. Estamos sem chão após essa notícia trágica. Eu e o Ari tínhamos um respeito e proximidade muito grande por conta dos três filhos”.
Todos perdem
“Os meninos tinham uma admiração muito grande por ele, foi um ótimo pai. Todas às vezes que precisei dele ele esteve à disposição, nunca me deixou na mão. Meus filhos perdem um pai, eu perco um amigo e a imprensa perde um mestre da imagem. É muito triste, a ficha ainda não caiu. Parece que alguém vai lá e trazer ele de volta”.
O carinho
“Agora pouco quando acessei o facebook fiquei impressionada com o carinho das pessoas, da imprensa… Conversei com os meninos para termos paciência hoje que era preciso contar para todos a história do Ari”.
O futuro
“O Tallison vai seguir o caminho do pai, ele vai formar em jornalismo no primeiro semestre do ano que vem. O Ari brincava que eu ia perder o Tallison porque ele levaria ele para trabalhar no Rio de Janeiro. Eu falava que não ia perder nada, que na verdade ia ganhar um local para tirar férias. Para ele era um orgulho ver o filho seguir na profissão. Conversei com ele que agora somos nós quatro na vida. Foi uma tragédia, muita gente perdeu alguém que amava”.
Ouça a entrevista:
{mp3}Podcasts/esporte/29_11_2016_-_mat._com_juliano_m._por_tel._tok_de_i_deb._rafael_e_nivaldo{/mp3}