Nessa quarta-feira, as Feras do Kajuru estiveram em Curitiba para acompanhar o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, vencido pelo Athletico Paranaense por 1 a 0 sobre o Internacional. Na Arena da Baixada, o repórter Juliano Moreira conversou com exclusividade com Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do clube rubro-negro, que exaltou a estrutura construída no seu estádio.

“Nós viemos para o Athletico em 95 e precisávamos de um projeto diferenciado. Construímos a primeira arena e inauguramos em 99, e depois com o advento da Copa do Mundo nós vimos a oportunidade e fizemos um trabalho forte para que Curitiba fosse uma das sedes, e consequentemente no nosso estádio. Então tivemos uma participação dos governos estadual e municipal, com um terço para cada um, e com esse dinheiro construímos o melhor e mais barato estádio, porque foi feito por nós mesmos”, ressalta.

Dirigente do clube paranaense desde os anos 80, Petraglia se tornou mais envolvido a partir de 1995, após a fatídica goleada sofrida para o rival Coritiba por 5 a 1, quando houve uma grande mudança na diretoria atleticana. Focando investimentos na infraestrutura e uma gestão profissional, o Athletico mudou drasticamente de patamar desde que o empresário se tornou presidente do clube, hoje atuando no Conselho Deliberativo.

Em 1994, o Athletico chegou a disputar a Série B com o Goiás, em que a equipe esmeraldina acabou avançando para a fase final e conquistando o acesso com o Juventude. No ano seguinte, já sob a direção de Petraglia, foi a vez do rubro-negro subir, promovido para a elite do futebol brasileiro ao ser campeão da segunda divisão sobre o Coritiba.

O dirigente na entrevista à Rádio Sagres, defende que, como em Curitiba, em Goiânia “não cabem três ou quatro clubes de primeira grandeza, no máximo dois ou um. Não tem mercado, não tem dinheiro, o futebol ficou muito caro e não tem como cobrar caro o ingresso e a população pagar. Na primeira divisão, os clubes vão faturar 300, 400, 500 milhões por ano, como que Goiânia vai ter essa riqueza para alimentar dois, três clubes? É impossível, como em Curitiba, eu sempre disse que aqui não caberiam três clubes de primeira grandeza e estamos vendo aí”.

Curiosamente, ambas as cidades atualmente têm somente um representante na Série A, Athletico e Goiás, enquanto outros dois estão na divisão inferior, Coritiba e Paraná de um lado, Atlético e Vila Nova do outro. “O futebol virou um entretenimento muito caro, que tem um grande valor e consequentemente os clubes que não tiverem as receitas aos níveis dos primeiros ficam para trás. Nós fomos buscar na infraestrutura para tentarmos ter receita suficiente para fazer um grande futebol, que começamos agora”.

Mário Celso Petraglia (Miguel Locatelli/Site Oficial)

Depois de 23 anos de gestão, Petraglia destaca que “é de 2018 para cá que o Athletico vem investindo em futebol, antes só investíamos em infraestrutura”. Campeão brasileiro da primeira divisão em 2001, o clube chegou a ser segundo colocado três anos depois e na temporada seguinte foi finalista da Copa Libertadores, que perdeu para o São Paulo, sendo o primeiro paranaense na decisão da principal competição do futebol sul-americano.

17º colocado na Série A em 2011, foi rebaixado pela primeira vez no período, retornando no seguinte com o Goiás, este campeão da Série B. Com apenas um ano de volta à primeira divisão, terminou na terceira posição no Campeonato Brasileiro e chegou na sua primeira final da Copa do Brasil, perdida para o Flamengo. Nove vezes campeão do Campeonato Paranaense, em 2018 conquistou seu primeiro título internacional, a Copa Sul-americana.

Novamente finalista da Copa do Brasil nesta temporada, o Athletico, além dos grandes investimentos na infraestrutura, também foi vanguardista no futebol brasileiro pela preocupação com marketing. Em 1997, mudou radicalmente seu escudo, feito repetido 21 anos depois, alterando sua marca, o desenho tradicional dos uniformes e também seu nome, tornando a utilizar Club Athletico Paranaense, como na fundação em 1924.