Em entrevista exclusiva ao repórter da Rádio 730, Juliano Moreira, o atacante Aloísio ex-Goiás, Flamengo, São Paulo, Vasco e outros clubes do Brasil e do mundo disse que não está se “oferecendo”, mas jogaria a série B do Campeonato Brasileiro com a camisa do Goiás. Hoje, no Brusque–SC, Aloísio diz estar feliz e com muita disposição para continuar jogando. Descontraído, ele ainda falou de seus planos para o futuro, das decepções no mundo da bola e sobre o momento do futebol goiano.
Ouça a entrevista na íntegra:
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Aos 36 anos, Aloísio não pode reclamar da carreira. O filho ilustre de Atalaia (AL) já ganhou o mundo com seus dribles, arrancadas e gols. Em meados da década de noventa, ele era um dos ídolos da torcida do Goiás, com a camisa esmeraldina ele foi campeão goiano três vezes: 1997, 1998 e 1999. Os anos de glória no Goiás lhe proporcionaram uma excelente oportunidade profissional: jogar na Europa, aos 24 anos, pelo Sanit – Etienne da França.
Aloísio elogiou a atual situação dos clubes neste Goianão. Segundo ele, os principais beneficiados com o sucesso das equipes são os torcedores. “Tenho certeza absoluta que são os torcedores que ganham com a boa fase dos clubes goianos”. O regional está chegando ao final de sua primeira fase, e, no momento, os classificados para a semifinal seria Atlético, Goiás, Vila Nova e Anapolina. Situação normal segundo a avaliação de Aloísio.
“Classificaram os quatro melhores, tenho certeza que quem for pra final e for campeão será merecedor. Eu queria estar ai pra levar esse carro” (que será entregue ao melhor jogador do Campeonato Goiano pela Rádio 730).
Futuro
Sabendo que a carreira como jogador pode estar chegando ao fim, Aloísio já começou investir no futuro. “Eu tenho um restaurantezinho aí (em Goiânia) e outro em Maceió. Quando eu parar o leitinho e os pães das crianças, dos filhos, da mamãe e dos irmãos já estão graças a Deus certinho”, disse. Questionado sobre os clubes em que atuou e sobre qual seria o inesquecível, o jogador não pestanejou. A fase de ouro com a camisa onze do Verde ainda estava viva na memória.
“Com certeza absoluta a gente tem saudade, principalmente, do Goiás. Naquela época, era maravilhoso, pingüim de bronze, de ouro que a gente ganhava. Eu era artilheiro do campeonato, apostava cesta de alimento com o Sabino, Amado Bucar e Leonardo. Tenho saudade porque era um campeonato gostoso de disputar”, comentou.
Quando pendurar as chuteiras, o jogador pretende continuar trabalhando com o futebol, mas ser técnico é algo que não passa por sua cabeça. “Pra falar a verdade é tudo que eu não quero. Quando eu parar de jogar eu vou para a minha Atalaia – AL lá está tudo me esperando, todo mundo de braços abertos me aguardando. Construí um estádio de futebol para minhas peladas, está faltando construir apenas as arquibancadas que terá capacidade para mil e cinqüentas pessoas”, revelou.
Aloísio pretende revelar novos craques para clubes do futebol brasileiro. “Vou trabalhar com as crianças, quero mandar crianças para os clubes, principalmente, para o Goiás que sempre esteve de portas abertas pra mim. Ser treinador não é meu rumo”, garantiu.
Carreira
Vendendo alegria e esbanjando simpatia, durante a entrevista exclusiva a Rádio 730, Aloísio lembrou qual foi o momento mais hilário de toda sua carreira. “Uma delas foi quando eu fui embora do Goiás para a França pra jogar no Saint – Etienne. Estava com o Alex Dias, minha esposa, minha filha e o Cocá – nosso empresário do Paraguai. O nosso tradutor não havia chegado, esperamos muito e todos estavam com fome. Chegou uma hora que o irmão do Alex levantou da mesa e gritou – quero franco! e começou imitar uma galinha có, có, có”, lembrou.
A carreira de um atleta profissional não é composta apenas de momentos cheio de aplausos e holofotes. Aloísio revela que já se enganou com alguns companheiros de profissão. “Tem jogador que deixa o dinheiro subir pra cabeça, já tive decepções com vários jogadores, inclusive, jogadores aí de Goiânia. Considerava muitos como irmãos, na época, eles não tinham um real e hoje porque têm dinheiro parecem que são outras pessoas”, afirmou.
Oportunidade no Goiás
Após avaliar a situação do Campeonato Goiano, Aloísio foi questionado sobre a situação do Goiás na série B. O repórter Juliano Moreira ainda perguntou se o alviverde precisa contratar uma referência para a disputa do nacional. Inteligente ele disparou. “Pra falar a verdade eu não estou me oferecendo, mas eu ainda estou inteiro, tenho condições de jogar a série B. Eu estou vivo, agüento as trombadas e tudo, por isso, ainda não parei”, declarou.
Aloísio acredita que a permanência do Goiás na série B será algo passageiro. O ex- jogador do Verde acredita que a atual diretoria irá conseguir tirar o time desta situação. “Tenho certeza que estas pessoas que estão no Goiás irão fazer um planejamento para subir o time”, avaliou. Durante a entrevista, o conselheiro Ediminho Pinheiro a convite da produção da Rádio 730 também participou da conversa. O cartola lembrou dos anos dourados e das conquistas do clube na época em que Aloísio era idolatrado pela torcida esmeraldina.
Grato as pessoas que lhe ajudaram e ao clube que o revelou para o futebol, Aloísio não perdeu a oportunidade para demonstrar seu carinho pelo presidente do clube Hailé Pinheiro. “Um abraço especial para o meu papai Hailé. Um beijo na careca dele o amo muito. O Goiás é a cara do papai Hailé, sem ele o Goiás sofreu uma queda muito grande, quando ele voltou o Goiás quase foi campeão (da Copa Sul – Americana)”.
No início da temporada, quando o técnico do Vila era Hélio dos Anjos, Aloísio foi cogitado, mas segundo o jogador nada de oficial foi lhe oferecido por parte da direção do colorada. “Não foram os dirigentes do Vila Nova que me ligaram, recebi a ligação de um empresário dizendo que o Vila tinha interesse em meu futebol. Não só o Vila Nova, mas a Anapolina também. Eu acho que a proposta só é concreta quando é um diretor ou o presidente que liga”, confirmou.