Pesquisadores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) se unem a outras instituições brasileiras para coletar dados sobre a biodiversidade aquática e a qualidade ambiental do Rio Araguaia. O trabalho, iniciado neste mês, vai até o próximo dia 26. A ação é integra o Programa Araguaia Vivo 2030.
A equipe com cerca de 10 profissionais, alunos e bolsistas de graduação, mestrado e doutorado da UEG está percorrendo mais de 3 mil quilômetros do Rio Araguaia. O professor do curso de Ciências Biológicas e dos programas de pós-graduação em Recursos Naturais do Cerrado e Engenharia Agrícola, do Câmpus Central da UEG, em Anápolis, João Nabout, coordena a atividade “Biodiversidade Aquática”.
“A expedição está na fase de coleta de dados de campo, um eixo fundamental do projeto, que visa mapear padrões ecológicos e identificar mudanças na biodiversidade aquática ao longo do rio Araguaia. Estão sendo coletadas amostras de água, fitoplâncton, perifíton, zooplâncton, macrófitas e plantas terrestres em 150 lagos distribuídos pelo rio”, explica Nabout.

A atividade no Araguaia utiliza novos recursos tecnológicos, como drones e imagens multiespectrais (diferentemente de imagens comuns, essas são registradas em diferentes comprimentos de onda).
Segundo Nabout, a integração de “técnicas tradicionais e inovadoras permite ampliar a compreensão dos processos ecológicos, detectar mudanças ambientais no Araguaia com maior precisão e otimizar o monitoramento da biodiversidade nos lagos da planície de inundação”.
O roteiro passa por municípios como Aruanã, Bandeirantes e o distrito de Luiz Alves, em Goiás; Cocalinho, São Félix do Araguaia e Santa Terezinha, no Mato Grosso; além de Caseara, no Tocantins. Os pesquisadores pretendem ainda avançar até o sul do Pará.
Financiamento e pesquisa
O programa conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e gestão da Aliança Tropical de Pesquisa da Água (TWRA), tendo a coordenação-geral da professora Mariana Pires de Campos Telles, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Com esse formato e extensão, a expedição no Araguaia ocorre desde 2023, e deve resultar na elaboração de um dossiê científico para subsidiar novas pesquisas, além de políticas de conservação ambiental.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 14 – Vida na Água.
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