O procurador-geral de Aparecida de Goiânia e presidente da bacia do rio Meia Ponte, Fábio Camargo (DEM), concedeu nesta quinta-feira (14) uma entrevista exclusiva à Rádio 730. Ele fez observações a respeito da crise hídrica, que atinge Goiânia e região metropolitana, e comentou o atual cenário político em Goiás.
De acordo com dados da Companhia de Saneamento do Estado de Goiás (Saneago), pelo menos 25 bairros de Goiânia e Aparecida ficaram temporariamente sem água nas últimas semanas. Segundo a Companhia, a crise hídrica foi ocasionada pela estiagem.
De acordo com Fábio Camargo, a Saneago e a secretaria estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Secima) erraram no planejamento anual. “Existe uma lei que determina a criação de um Plano referente à bacia do Meia Ponte, que seria um estudo mais aprofundado. Até hoje esse Plano não foi feito. Faltou planejamento por parte da Secima e da Saneago para combater a seca. A conta é simples: a Saneago precisa captar cerca de 2,3 m³/s; só estão chegando na captação cerca de 1,7 mil m³/s. Está acontecendo um racionamento velado”, afirma.
Para tentar amenizar a situação, o governo de Goiás antecipou a inauguração do sistema de abastecimento Mauro Borges para o dia 19 de setembro. Segundo o presidente da bacia do Meia Ponte, o uso do sistema poderá resolver o problema a curto prazo. Porém, pensando a longo prazo, outras medidas seriam necessárias para evitar novas crises hídricas. “Metade da população do estado depende da bacia do Meia Ponte. Os fenômenos climáticos, como por exemplo, o El niño, reduziram as chuvas neste ano na região do Meia Ponte em 25%. Se o sistema Mauro Borges funcionar plenamente, poderá sim resolver a questão. No entanto, é preciso criar uma política voltada para a bacia do Meia Ponte, com o estudo técnico. Sem esse estudo técnico, que é o Plano, vamos continuar chovendo no molhado”, avalia.
Eleições 2018
Além de analisar as causas da crise hídrica, Fábio Camargo – que é presidente do Democratas em Aparecida – também fez ponderações acerca das articulações políticas para as eleições de 2018. O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e o senador Ronaldo Caiado (DEM) despontam como principais nomes entre os membros de partidos de oposição ao governo de Marconi Perillo (PSDB).
“Se a oposição não se unir, vai perder novamente. Eu acho que o Caiado é um nome forte, mas não podemos ter vaidades neste momento. As lideranças partidárias tem que conversar e fazer uma grande negociação. Se a oposição ficar brigando, quem tem a máquina na mão terá grandes chances de vencer”, opina Fábio Camargo.
Em entrevista concedida à 730, Caiado declarou que a oposição não poderia entrar dividida nas próximas eleições. O senador não descartou a possibilidade de se filiar ao PMDB e concorrer na mesma chapa que o deputado federal Daniel Vilela. Todavia, para que isso aconteça, Vilela teria que ceder para ser vice de Caiado, fato que parece distante de acontecer, já que o filho do ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), deixou clara sua vontade de concorrer ao governo estadual.
Acompanhe a entrevista completa:
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