Após três meses de investigação, a Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia do Consumidor (Decon), prendeu Patrick Kennedy Lisboa de Calvares, de 27 anos, na última quinta-feira (14). Ele é suspeito de recrutar e até treinar pessoas para vender falsos planos de saúde e foi apresentando nesta sexta-feira (15).

“Ele (Patrick) ministrava um treinamento e vendia essa ideia inclusive para esses vendedores e representantes que o plano era de boa fé, e inclusive, além dos pacientes, também foram enganados por essa arquitetura criminosa do Patrick”, afirma o delegado Webert Leonardo, titular da Decon.

Ainda de acordo com o delegado, depois do período de carência do plano, os usuários não conseguiam marcar consultas ou exames. Entre as vítimas, estão pacientes em estado grave que não conseguiam dar continuidade ao tratamento médico.

“Tem alguns pacientes e clientes desse plano fraudulento, que estão em estado de saúde grave, com patologias graves, utilização de balões de oxigênio, que foram enganadas também, acreditando pagar um plano lícito e que estaria acobertadas por esse plano de saúde. Quando precisaram fazer uso desse plano como consultas, internações, perceberam que caíram numa fraude”, relata.

Duas gestantes até conseguiram atendimento em uma clínica especializada de Goiânia, onde chegou a ser realizado o procedimento de parto nestas pessoas. O hospital, no entanto, ficou no prejuízo, por não ter a conta paga pelo plano de saúde falso. O delegado afirma que Patrick chegava a trocar de número de telefone várias vezes para não ser contatado pelos clientes ou pelas clínicas.

“Ele conseguiu um atendimento lá. Naquele momento de emergência a clínica realizou estes dois partos e posteriormente ele sumiu. Trocou o número de telefone, ele trocava muito, a clínica não conseguiu mais falar com ele e inclusive vai integrar o inquérito aqui como vítima também”, pontua .

A empresa representada pelo falsário funcionava na Avenida 136, no Setor Sul, em Goiânia, mas não como uma empresa de planos de saúde. O valor cobrado pelo suspeito na venda dos falsos planos custava R$ 64,65 por pessoa. Até o momento, cerca de 15 vítimas já procuraram a polícia para denunciar Patrick.

Com informações do repórter Jerônimo Junio.