O Ministério da Saúde anunciou a liberação de recursos para várias instituições filantrópicas de Goiás, entre elas, a Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), que receberia R$ 2,3 milhões.

A verba poderia amenizar a crise financeira vivida pelo Hospital Araújo Jorge (HAJ), que se arrasta há meses, inclusive com atrasos de funcionários. O presidente da ACCG, que administra o HAJ, Paulo Moacir de Oliveira Campoli, esclarece que o recurso do Ministério da Saúde já era previsto, e que o dinheiro é proveniente de uma emenda parlamentar que traz recursos para instituições filantrópicas.

“São os parlamentares goianos, deputados federais e senadores que têm uma dotação orçamentária para poder ajudar instituições filantrópicas do seu estado, no caso, o estado de Goiás. É uma verba que já está destinada desde o ano passado. Nós já tínhamos recebido uma parte dela e agora estamos recebendo o restante. Só que o ministro da Saúde alardeou isso como se fosse uma coisa dele. O ministro da Saúde estaria oferecendo R$ 2,3 mi para o HAJ, e isso não é verdade”, ressalta.

O presidente da ACCG destaca ainda que a verba só pode ser usada para a compra de equipamentos para o hospital. “Esse recurso é para melhorar o parque tecnológico do hospital, para comprar equipamentos. Esse recurso não pode ser utilizado para pagar folha de pagamento, nem para comprar medicamentos quimioterápicos”, relata.

Para que a crise do hospital seja contornada, o presidente da ACCG explica que é necessário um auxílio maior por parte da prefeitura que, segundo ele se diz impossibilitada de fazer repasse de mais recursos à entidade.

“Na semana passada estivemos reunidos com o prefeito, com o secretário estadual de Saúde, com o secretário municipal de finanças, procuradoria-geral do município e todos eles foram categóricos em nos dizer que não tem como nos fazer o repasse destes recursos. Nos fechou a porta, nos criou uma situação muito difícil que talvez vá levar ao fechamento de algumas unidades aqui do HAJ”, afirma.

De acordo com Paulo Moacir de Oliveira Campoli, destaca que caso o problema não seja solucionado, o Hospital Araújo Jorge pode deixar de atender algumas especialidades já a partir do mês de outubro.

“A gente entende que consegue suportar essa crise por mais um mês. Nós não conseguimos suportar esse déficit no mês de outubro. Se em 30 dias essa situação não se resolver, aí realmente vamos ter que tomar algumas atitudes mais drásticas aqui”, pondera.

A respeito do aumento de repasse de verba para o HAJ, por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia esclarece que está auxiliando diretamente na negociação do Hospital Araújo Jorge com o Ministério da Saúde para o aumento dos repasses e consequente manutenção dos serviços, que são essenciais para a população. A prefeitura já está no seu limite financeiro e não tem mais condições de repassar verbas para auxílio ao hospital”.

Com informações do repórter Jerônimo Junio.