O mistério persiste. Assim como no treino pela manhã na Granja Comary, em que testou seis formações diferentes, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, garantiu ter a escalação definida na cabeça, mas não quis antecipa-la pra ninguém, nem mesmo para o zagueiro Thiago Silva, que está suspenso, mas participou ao lado do treinador da entrevista coletiva no Mineirão, no fim da tarde desta segunda-feira.

Dessa forma, o time que encara a Alemanha nesta terça-feira, às 17h, na primeira semifinal da Copa 2014, pode ter uma formação mais cautelosa, com três volantes, ou a simples entrada de William na vaga de Neymar, outro desfalque. O máximo que o treinador deu de pistas é que, se jogar com três volantes, pode usar dois laterais mais ofensivos, com Daniel Alves na direita, ou Maicon pode continuar na outra situação. O treinador garantiu que o adversário foi muito bem observado.

“Não foi fácil (achar a formação), mas não esqueça o que eu sempre passo: eu tenho um grupo de trabalho espetacular. Quem vinha seguindo os jogos da Alemanha era o Gallo e o Roque Junior. Nós estávamos vendo pela TV, mas quem vinha acompanhando três, quatro jogos deles e passaram pra gente o que precisávamos fazer amanha eram os auxiliares, que nos deixaram tranquilos quanto a avaliação. Quando entrar em campo, vocês vão entender o porque fizemos tais escolhas”

O adversário é perigoso e mostrou isso ao longo da Copa, indo da intensidade máxima no primeiro jogo, na goleada por 4 a 0 sobre Portugal, até a frieza e o equilíbrio na vitória magra, mas não menos satisfatória, diante da França no último jogo. Felipão sabe que o time germânico é muito equilibrado e evita destacar um ponto único que sobressaia, e garante que será preciso jogar muito para vencê-los.

“Acho a Alemanha mostra um equilíbrio em todos os setores, ela tem qualidade tanto defensivamente, quando no meio-campo e ataque. Tem um plano de jogo muito bem definido e não podemos nem pensar em ter alguma tranquilidade. Não vamos esquecer que esse time da Alemanha vem sendo organizado a seis anos para essa Copa, e se isso tem acontecido, é porque eles tem um bom balanço, um bom planejamento e nós temos de respeitá-los”

Ausência do craque

O assunto mais comentado e, até certo ponto, evitado pelo técnico brasileiro foi quanto a ausência de Neymar, que sofreu uma fratura na terceira vértebra lombar e está fora da Copa. Felipão revelou que por todo o balanço feito diante da participação do jogador, é possível entender que Neymar cumpriu uma parcela para a conquista do hexa e que agora o restante do grupo é quem assume a responsabilidade. E pra isso nem será preciso grande motivação extra.

“A motivação adicional que nós temos que acrescentar é a passagem de uma etapa. Lógico que o Neymar ao nos deixar, deixou muita coisa conosco e levou muito da gente com ele. A gente já passou essa fase de ficar triste e tudo mais quando ficamos sabendo que não teríamos ele mais. Por tudo que foi passado, os jogadores sabem que o Neymar fez a parte dele. Agora é a nossa parte que temos que fazer, a minha, a do Thiago, a de todo o povo brasileiro. Esse é o jogo que podemos chegar a final, não vamos jogar só pela gente, pelo nosso povo, pelo nosso país, mas vamos jogar muito pelo Neymar”