O rap, o grafite e a cultura de rua terão palco garantido em Goiânia com a segunda edição do Rapground, festival que reúne os principais elementos do hip-hop em uma semana de programação intensa. Idealizado pelo rapper Erock, o evento nasceu da necessidade de criar um espaço dedicado à cena local, promovendo artistas goianos e fortalecendo a cultura urbana no estado.
“Estou há 14 anos fazendo rap e eventos, e nunca tivemos um festival de expressão no Estado que atendesse à demanda dos nossos artistas”, afirmou Erock durante participação no programa Tom Maior do Sistema Sagres. “O Rapground nasce dessa ânsia de se organizar e executar algo grandioso para que a gente possa alcançar novos voos.”
A iniciativa vai além dos shows. O festival também valoriza manifestações como o grafite, o break e o skate, elementos tradicionais da cultura hip-hop. Victor Leonardo, artista plástico e grafiteiro participante do festival, destacou a importância desse espaço. “Quando tivemos a oportunidade de nos comunicar sobre o primeiro Happy Ground, foi um desafio imenso, com vários obstáculos, mas conseguimos superar com excelência suprema”, celebrou.
Este ano, o festival ganha ainda mais força com a presença de grandes nomes da cena nacional, como Major RD. Para Erock, trazer artistas conhecidos é uma estratégia para atrair o público e dar mais visibilidade aos talentos locais. “Meu sonho é que um dia eu possa contratar apenas artistas goianos e isso seja suficiente para lotar o festival”, explicou. “Mas, enquanto isso, trazer nacionais é uma forma de fazer com que o público conheça e prestigie nossos artistas daqui.”
A responsabilidade de fortalecer a cena, no entanto, não recai apenas sobre os organizadores. Erock enfatizou que o apoio da sociedade é fundamental para a valorização da arte local. “A gente tem que se promover. Mesmo que a conquista pareça pequena, é preciso celebrá-la”, defendeu. “Se você alcançou 10 mil visualizações numa música, comemore isso. Promova sua conquista.”
Victor complementou o pensamento, ressaltando que o cenário hip-hop ainda é novo em Goiânia, principalmente em termos de estrutura e mercado. “O hip-hop é um movimento periférico. Muitos artistas não têm acesso à parte mercantil da arte e vivem em realidades muito diferentes”, explicou. “Ainda temos muito a aprender e precisamos de mais eventos, leis de incentivo e redes de apoio para fortalecer essa caminhada.”
Apesar das dificuldades, a realização da segunda edição do Rapground é vista pelos organizadores como uma grande vitória. “O hip-hop em Goiânia é uma subcultura que está resistindo e crescendo a cada dia. E o Rapground é a prova viva disso”, concluiu Victor.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
Leia também: