Foto: Arquivo / Sagres On

O jornal Valor Econômico apresentou nesta segunda-feira (25) uma reportagem repercutindo, junto a investidores, a possibilidade de reestatização da Enel. De acordo com especialistas entrevistados pelo veículo, a decisão poderia prejudicar a imagem do programa de concessões do governo Jair Bolsonaro, além do plano de privatizações do Ministério da Economia. Uma das fontes chegou a afirmar que o principal desafio no processo de federalização da Celg, encabeçado pela Eletrobras, foi atrair um investidor disposto a assumir uma concessão sucateada e fortemente endividada.

Questionado sobre o assunto, o governador Ronaldo Caiado mandou recado diretamente para a classe empresarial. “Fiquem tranquilos. Aqui tem segurança jurídica sim. Aqui se faz aquilo que o cidadão exige. As pessoas que vierem fazer prestação de serviço em Goiás terão que cumprir o que está no contrato”, afirma. O governador comentou também sobre uma possível confusão em termos utilizados para explicar a negociação com a Celg.

“Não podemos apelidar as palavras. O que foi feito com a Celg não foi privatização, foi negociata exposta. Não é privatização essa triangulação da Celg, para a Eletrobas, para a Enel. O estado de Goiás está jogando 5 bilhões e meio no tesouro e abrindo mais 29 anos para todo passivo da Celg ser debitado nas contas do tesouro do estado de Goiás, isso não é privatização”, explicou.

A exemplo do que já havia feito na semana passada, Caiado voltou a dizer que o Estado tem autonomia pra deliberar sobres os assuntos da Enel. Ele ressaltou que a constituição brasileira dá ao governador do estado o direito concorrente. “Nós, aqui em Goiás, não devemos ficar esperando com que Roma decida os nossos problemas, ou que a Anel se sensibilize amanhã por uma situação que é um colapso no Estado”, defende.

*Reportagem de Rafael Bessa