O Campeonato Brasileiro da Série C está paralisado. Porém, isso não quer dizer que o Vila Nova esteja sem atividades nesse período. Além dos amistosos marcados (no último sábado, a equipe venceu o ASEEV Paraúna no último final de semana, e no próximo sábado, o Tigrão vai enfrentar o Brasília), os jogadores têm realizado muitos treinos físicos.

Rogério Mancini, fisiologista colorado, explica as atividades que estão sendo realizadas nessa intertemporada do Tigrão. “Não demorou tanto essa volta, foram 4 dias sem treinos, então a equipe ainda está numa performance boa. Os testes agora são para manter um controle futuro, servem para dar um parâmetro para essa fase agora de 21 dias sem jogos oficiais”.

O fisiologista comentou que auxilia o treinador Márcio Fernandes com dados e informações sobre os jogadores. “Temos o departamento de análise e performance, com scouts de jogos. A gente mapeia todos os passos dos atletas no campo. A gente envia esses dados para um amigo meu, que trabalha com isso na Liga Portuguesa e ele faz uma análise de área quente também. Então, em parceria com o pessoal da Liga Portuguesa, temos o mapa de jogo de todos os atletas e isso dá uma ideia muito boa de como a equipe vem jogando e a gente confronta isso com os dados físicos”.

Mancini deu exemplos de situações que podem ser corrigidas com essa análise dos atletas e confrontos. “Tem jogo que estamos cruzando muita bola pelo lado direito. Aí eu chego para o Márcio e falo que 80% das nossas bolas estão sendo cruzadas pelo Wanderson, por exemplo. Então a gente tem de corrigir isso nos treinamentos e dividir isso um pouco mais. Dá para saber, olhando a área quente, se os jogadores estão muito fora de posição que eles deveriam ficar”.

Rogério também contou quais tipos de testes já foram feitos nessa temporada.  “Fizemos salto biométrico na plataforma eletrônica, onde a gente testa a potência de coxa, isolando os braços e medindo só a potencia de perna. Amanhã vamos fazer o teste do bipe de novo, que é ida e volta para confrontar com os testes anteriores e comparar o nível de hoje com o nível antes da parada. Mas, pelo que eu vi hoje, estamos num nível bom”.

O fisiologista comentou qual sua maior preocupação em relação ao time colorado. “Quando perdemos os jogos oficiais, não podemos perder o foco. Então, esses testes e análises de jogo são justamente para isso, pra gente ter um objetivo de trabalho. Temos de atingir um nível de performance, pelo menos igual ao que a gente já tinha”.

Por fim, Rogério Mancini também falou se essa preparação física faz parte da realidade dos adversários alvirrubros na Série C. “A maioria dos clubes fazem esses testes físicos. Agora, análise de jogo, acredito que só tenha na Série A e talvez, em poucas equipes da Série B, até porque demora horas para mapear o jogo (4 horas cada partida). Aí tem de fazer a edição do vídeo e mandar para Portugal para depois mandarem de volta para cá. É um processo bem lento e que acredito que poucas equipes fazem”.