O processo de desfiliação do deputado federal Thiago Peixoto do PMDB, que foi aceito ontem durante (02) reunião da executiva do diretório regional do partido, já está rendendo polêmica. O pedido de expulsão só passará a ser analisado pelo Conselho de Ética depois de enviada a ata da reunião da última quarta-feira. Entretanto, de acordo com o estatuto do partido, a redação da ata é de responsabilidade do secretário-adjunto do partido, no caso, Flávio Peixoto, pai de Thiago Peixoto.

Flávio diz que vai ser fiel na redação da ata que será votada na próxima reunião da executiva do PMDB, prevista para a próxima quarta-feira. O secretário-adjunto lembra que a ata estava sendo redigida contra as orientações do estatuto do PMDB, no caso pelo secretário-geral do PMDB, Kid Neto.

“Eu revindiquei essa competência, eu é que tinha que redigir as atas. Aí o presidente (Adib Elias) entendeu assim também, e passou pra mim a redação da ata”, afirmou Flávio, em entrevista ao repórter da RÁDIO 730, Frederico Jotabê.
Embora Flávio afirme que será imparcial na elaboração da ata, o presidente do Conselho Ética, Ênio Salviano, criticou a postura do secretário-adjunto por não se abster da votação do pedido de expulsão do filho.

“Na legislação de todo país civilizado fala o seguinte, que quando uma pessoa for julgar um filho, um parente, você deve se declarar suspeito”, comentou Ênio. O presidente do Conselho de Ética peemedebista lembra que o estatuto do partido também prevê essa determinação. Flávio Peixoto rebateu dizendo que a votação é um processo político, e que tem o direito de participar como um integrante histórico do partido.

“Eu acho que ali é um conselho político, um partido. E um partido exige que você tome posições. Se todos nós não tomarmos posições é evidente que nós não estaríamos naquele partido. Aquilo lá é um julgamento político, e eu achei, por conta da minha história dentro do PMDB, que eu deveria participar como eu tenho participado de todos”, declarou.