Goiânia recebe hoje (12) e amanhã (13) o 2º Encontro de Canais de Alta Performance de Tecnologia da Informação (CAP-TI), que debate a carência de mão de obra, além dos efeitos do 5g para a economia. Em entrevista à Sagres, o presidente do CAP-TI, Elton Almeida, detalhou que o setor de tecnologia enfrenta um desafio de falta de mão de obra qualificada, diante da velocidade em que as tecnologias avançam.

“Essa velocidade de atualização tem gerado uma pressão muito grande, porque as universidades são fundamentais na formação de mão de obra, mas não conseguem ter agilidade e o mercado também não”, afirmou Elton que disse ainda que a solução encontrada tem sido a contratação de profissionais remotos. “Por exemplo, eu tenho alguns colaboradores que trabalham fora. Contratamos gente de outros países porque está todo mundo trabalhando pela internet. Então nós precisamos nos unir para formar a quantidade de mão de obra necessária para atender essa demanda do mercado”.

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Outro ponto importante, segundo o presidente do CAP-TI, é uma nova exigência do mercado de trabalho. “Estamos evoluindo para aplicações low-code ou no-code. Isso é o desenvolvimento de sistemas de aplicações com poucas linhas de código ou com nenhuma linha de código. Aplicações mais simples”, explicou Elton, que afirmou que para esse novo momento é necessário “simplicidade e conexão” para que os próprios usuários possam ter liberdade para customizar os aplicativos.

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“Com o 5g, tudo ficará conectado, não só computadores e celulares”

O presidente do CAP-TI, Elton Almeida, também falou sobre os avanços que o 5g poderá trazer para o mundo, diante de uma nova era onde a conexão deixará de ocorrer, em sua maioria, em computadores e celulares.

“Imagina o seguinte: tudo o que você pode fazer conectado hoje, você terá uma velocidade 100, 200 vezes mais rápida em qualquer conexão. Então tudo vai poder ficar conectado, o carro, os eletrodomésticos, a roupa, os relógios. Isso vai permitir carros autônomos e uma série de outras aplicações como cirurgias remotas e realidades aumentadas, por exemplo”, disse Elton, que reforçou ainda que o 5g é a tecnologia que vai permitir a internet das coisas.

Questionado sobre a demora para implementação da nova tecnologia, o presidente do CAP-TI deixou claro que não tem a ver com a tecnologia em si, que já está pronta, mas com uma questão geopolítica. “O 5g tem potencial para gerar um impacto tão grande no mercado que tem mobilizado nações […] tem empresas americanas e chinesas, todos eles numa corrida para disponibilizar a plataforma onde essa tecnologia será construída”, declarou.

Apesar dessa complicação, Elton analisou que a chegada tecnologia é inevitável nos próximos anos. “A disputa é de quem vai chegar primeiro, mas o mercado está sedento e não é uma questão política é de necessidade de mercado, então vai chegar. Não tem como deter essa onda”, concluiu.