Fórum de servidores mantém mobilização por reajuste ainda em 2022

Em entrevista à Sagres, nesta sexta-feira (21), o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, confirmou que a mobilização dos servidores por reajuste ainda em 2022 se mantém, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que concederá o reajuste em 2023. “A mobilização prossegue, como for possível. Não vamos esperar chegar em 2024 com sete anos de congelamento salarial”.

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Rudinei citou 2024, pois segundo a Lei Complementar 173, o presidente em exercício não pode conceder reajuste que extrapole o tempo de mandato. Segundo ele, essas manifestações públicas mostram que o recado dos servidores foi dado. “Mesmo quem disse que as manifestações foram fracas, tiveram que sair da zona de conforto e se posicionar”, declarou.

Segundo o presidente do Fonacate, diante da falta de reajuste, o poder de compra dos servidores diminuiu 28% desde 2017. Diante da possibilidade de Bolsonaro conceder o ajustamento apenas para policiais, como presidente tem acenado desde o final de 2021, Rudinei disse que “há uma indignação muito grande do funcionalismo por uma ausência de política salarial da presidência da República”.

“Em primeiro lugar, o reajuste aos policiais é mais do que legítimo, porque eles também estão com suas remunerações congeladas, mas a mobilização dos demais servidores independe desse acerto com os policiais”, explicou o presidente do Fonacate, que detalhou que o total de funcionários públicos hoje no Brasil chega a 1,1 milhão, com 40 mil sendo integrantes das forças de segurança.

Ao afirmar que vê como difícil um possível recuo de Bolsonaro em relação à prioridade para policiais, Rudinei, que voltou a destacar que as forças de segurança merecem o aumento, declarou que isso acirrará os ânimos dos servidores. “Vai incendiar. Já causou, na verdade, uma indignação esse tratamento diferenciado”, encerrou.

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