Funcionários da limpeza do Tribunal de Justiça de Goiás reclamam que até hoje não receberam o 13° salário, vale transporte e vale refeição, relacionados ao mês de janeiro. Além disso, é constante o atraso de salários. Sempre costumam receber com 15, 20 ou mais dias. Alguns funcionários estão há três meses com pagamento atrasado. Por mês, o salário líquido é de pouco mais de 500 reais. A responsabilidade do pagamento é da empresa Unirio, que é quem administra a limpeza no Tribunal de Justiça e no Fórum de Goiânia.

A funcionária, Lindoraci da Silva Pereira, explicou que a situação é tão grave que está tendo de pegar dinheiro emprestado para continuar indo ao trabalho. “Nós estamos pegando dinheiro emprestado com os outros, no caso ele disse que iria pagar para gente só o salário, se a gente receber só o salário metade do dinheiro vai ser para pagar quem emprestou o dinheiro pra gente e a outra metade vai ser para pagar a passagem para vir para cá. E as nossas contas, energia e comer”, salientou.

Os funcionários ameaçam entrar em greve. No entanto, já foram avisados por um representante da empresa, identificado como Nilvan de que se paralisarem as atividades, terão os pontos cortados. Além disso, os trabalhadores dizem que este senhor Nilvan, os intimida utilizando palavras de baixo calão. A funcionária, Maria Auxiliadora, aponta que a situação é preocupante, pois várias pessoas estão até mesmo passando fome. “13º salário, vale transporte, vale refeição e nosso salário que está mais que atrasado, tem muita gente passando fome que tem filhos pequenos, onde vai parar isso”, ressaltou.

A empresa Unirio com sede no Rio de Janeiro foi procurada pela reportagem da Rádio 730. Várias tentativas telefônicas foram feitas para obter uma resposta, mas o único setor que nos atendeu foi o Comercial, que alegou não saber desta grave questão envolvendo os funcionários que fazem a limpeza no Tribunal de Justiça e Fórum de Goiânia. Num local onde a justiça é promovida, a empresa Unirio não é justa com os próprios funcionários, já que trabalharam e não receberam o que é de direito.

O diretor geral do Tribunal de Justiça, Stenius Lacerda, informou que não deve nenhum pagamento à empresa terceirizada que contratou esses servidores, e mais, ainda esse mês vai substituir a Unirio. “Em junho deste ano nós licitamos limpeza para todos os prédios do Judiciário goiano, que são 151 prédios que abrange todos os 246 municípios. O problema é pontual no prédio de Goiânia, onde está o Tribunal de Justiça e parte do Fórum de Goiânia”, justificou. O diretor explicou ainda que a empresa não efetuou o pagamento do 13° salário e o salário do mês de dezembro. De acordo com ele, o Tribunal de Goiás está em dia com o pagamento da empresa e não tem relação direta com o servidor.