O Goiás está rebaixado para a Serie B ano que vem. Lógico que, em termos matemáticos, ainda tem chance de sair da degola, mas, na prática, vai se confirmar aquilo que para o torcedor é uma tragédia, ou seja, disputar a segunda divisão em 2011. Quis o destino que o time caísse nas mãos de uma pessoa que comandou com mão de ferro os destinos do clube nas últimas três decadas: Hailé Pinheiro – uma fatalidade para ele.
Na verdade, consumanda esta tendência de queda, o Goiás há muito tempo está “namorando” a Serie B. Nos últimos quatro ou cinco anos, as administrações se esqueceram de olhar pra frente e se ativeram mais à questões politicas do que o futebol propriamente dito·. As desavenças politicas acabaram corroendo o clube por dentro e isso gerou uma crise financeira tornando o Goiás, como definiu o próprio Hailé, inadministrável.
As categorias de base não conseguiram revelar ningum para ser negociado em boas condições para suavizar as finanças. O Verdão aproveita muito mal seu espaço enorme,´sua estrutura, no sentido de tornar a base uma usina para “fazer” novos atletas. Se não fizer um trabalho de base adequado com profissionais capacitados e que tenham condições de produzir jogadores para o time principal e, até com o objetivo de negociá-los, é suicidio.
Outra coisa que consumiu a receita do time nos últimos anos foi o fato de tentar bancar treinadores e jogadores muito acima de sua capacidade financeira. Não é possivel comprometer 10 ou13% de seu faturamento bruto apenas com um treinador, isso é insustentável. Em 2007, o Goias fez loucura pra não cair e – de acordo com o balancete referente àquele ano – gastou· mais de R$ 39 milhões com o Departamento de Futebol.
Isso, atrelado à crise politica, gerou esta situação. Muitos dirigentes foram à Delegacia prestar esclarecimentos numa coisa extremamente lamentável e deprimente. É·bom saber que o processo movido pelo Clube contra o ex-presidente Raimundo Queiroz e alguns de seus diretores·ainda está em andamento. De maneira lenta, mas está.
Colocaram uma pessoa sem a mínima experiencia para presidir. Trata se do Sr. Syd de Oliveira Reis, que acabou se perdendo por completo durante sua gestão, por asfixia·financeira ou incapacidade, até culminar com sua renúncia. Hailé está sucedendo e sente na pele o que é administrar sem dinheiro. Pegou a direção com quase três meses de salários atrasados e está colocando a casa em ordem com muitas dificuldades, mas ficou sem capacidade de investimento para contratar bons jogadores. O time veio se arrastando até tornar sua situação – em termos de se manter na elite do futebol brasileiro – insustentável.
De modo que, se voce fizer um retrospecto de tudo que aconteceu com o Goiás Esporte Clube nos últimos anos, seja do ponto de vista administrativo, financeiro e político, verá que há muito tempo ele está se preparando para cair. Antes, tinha dinheiro para contratar bons jogadores para se salvar, agora a fonte secou e o time caiu. “Game Over”.·