O governador durante live na ABC (Foto: ABC)

O governador Ronaldo Caiado (DEM) voltou a pedir que a população se previna contra o novo coronavírus, e usou uma expressão no diminutivo que ficou famosa em declarações do presidente Jair Bolsonaro. Ao contrário do democrata, o chefe do Executivo nacional utilizava o termo para minimizar a pandemia.

“Não levem essa doença como se fosse só uma gripezinha, uma coisa qualquer. Gente, isso não é só uma gripezinha, não. Prestem atenção. Estou cada dia mais insistindo para que as pessoas se preservem”, afirmou nesta segunda-feira (27), durante live transmitida pelos veículos da Agência Brasil Central. 

Atualmente, Goiás possui 616 casos confirmados de Covid-19 em 56 municípios e 26 mortes pela doença em 11 cidades, sendo 12 óbitos só em Goiânia. O governador destacou que é o melhor estado em termos de número de contaminados e pacientes mortos. 

“Tenho conversado e pedido para não menosprezarem a gravidade do novo corona”, disse Caiado. “Vocês estão acompanhando e veem que hoje está comprovado que não provoca apenas a lesão pulmonar”, complementou.

Só o Hospital de Campanha para Enfrentamento ao Coronavírus (HCamp) no Setor Parque Acalanto já registrou 35 óbitos, sendo 30 por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), 12 pela Covid-19. Caiado chamou a atenção para outros problemas que o vírus pode causar no organismo, como trombose vascular, consequências cerebrais, oftalmológicas, hepáticas e renais. 

Caiado informou ainda que está encaminhando projeto de Lei à Assembleia Legislativa para fazer um remanejamento de verba do orçamento e destinar para a Secretaria da Saúde R$ 330 milhões, para avançar no aparelhamento dos hospitais assumidos pela administração do Governo de Goiás, que são seis ao todo. O democrata disse que tem conversado com prefeitos e que saía de uma reunião virtual com todos os chefes dos poderes constituídos em Goiás, para exigir que haja uma ação concreta e eficiente das autoridades municipais. 

“O chefe do Ministério Público, por exemplo, Ailton Vechi, fez uma carta, que vamos assinar, todos os poderes, porque os administradores não podem lavar as mãos e fazer de conta que não estão vendo e, depois, com o paciente em estado grave, acham que é só botar na ambulância. Todos os prefeitos precisam fazer a sua parte”, assinalou. 

Romaria de Trindade

Caiado também tratou sobre o possível cancelamento da Romaria do Divino Pai Eterno de Trindade. O governador disse que conversou com os padres Welington e Robson, da paróquia do município, sobre o assunto e vai ainda aprofundar essa conversa, porque a Romaria de Trindade leva para a cidade cerca de 3 milhões e 200 mil pessoas nos dez dias da festa. 

“Neste momento é difícil imaginar um evento dessa proporção. Precisamos esclarecer as pessoas, através dos meios de comunicação, sobre o perigo dessas aglomerações. Estaremos no inverno, em julho, na romaria de Trindade. É importante que as pessoas comecem a entender a gravidade do problema. Precisamos começar a preparar as pessoas e ir discutindo esse fato” destacou, citando também as romarias de Muquém e Guarinos e observando ainda que é preciso avaliar tudo isso, “para que não tenhamos uma proliferação do vírus”, argumentou.

No final de março, o prefeito de Trindade Jânio Darrot, em entrevista à Sagres, levantou dúvida sobre a realização da festa, depois da morte de um homem por suspeita de coronavírus. Atualmente, o município não tem nenhum óbito por Covid-19, mas já registrou nove infectados, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).  

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