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Rubens Salomão

Gigante goiana do setor sucroenergético reduz valores para entrar no mercado de ações

Terminou ontem o período de reserva e pequenos investidores já podem comprar ações da empresa Jalles Machado, com o código JALL3, antes da estreia da gigante do setor sucroenergético para todo o mercado, na próxima segunda-feira (8). A precificação das ações será concluída hoje, mas o grupo concordou com a redução no preço previsto de R$ 11,65 por cota.

Depois de pedidos de um dos principais investidores, a Jalles Machado topou reduzir em 20% o preço da ação em sua abertura de capital. Com isso, o novo nível de preço está em R$ 8,30 – o que resulta em um desconto de 40% em relação ao valor negociado da São Martinho, empresa que tem sido apontada como comparável e concorrente direta entre as listadas na B3 – a antiga Bovespa.

Com a nova faixa de preço, a Jalles Machado retira R$780 milhões em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Um gestor de fundos de investimentos ouvido pelo jornal Valor Econômico avalia que, embora a São Martinho seja a única companhia na bolsa comparável à Jalles Machado, era preciso descontar agora o valor embutido dos precatórios do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) e do valor das terras.

Foto: Base de produção da empresa Jalles Machado no município de Goianésia. (Crédito: Divulgação)

Destino

A empresa goiana pretende utilizar 56,25% dos recursos levantados no IPO para comprar uma usina com capacidade de moagem de cerca de 2 milhões de toneladas e depois expandi-la. Os demais 43,75% deverão ser usados nos investimentos nas lavouras de cana e nas duas usinas que o grupo já possui em Goiás.

História

A Jalles foi fundada em 1980 na cidade de Goianésia (GO) e é a maior exportadora de açúcar orgânico do mundo, segmento que cresce 15% ao ano nos últimos três anos. A empresa é dona da marca Itajá e um dos maiores clientes é a famosa rede americana de supermercados Costco.

Negócio familiar

Os donos da Jalles Machado vêm de família ativa politicamente no Estado de Goiás. O fundador da companhia, Otávio Lage de Siqueira, foi governador de Goiás e prefeito de Goianésia – a data de seu falecimento é feriado municipal na cidade. Sem nenhum integrante da família como candidato, o grupo, no entanto, perdeu a eleição à prefeitura em 2020.

Foto: Ex-governador Otávio Lage em uma das estruturas da empresa em Goianésia. (Crédito: Divulgação)

Fim da Lava Jato?

Depois de muitas especulações e ameaças, agora é oficial: a força-tarefa da Operação Lava Jato chegou a um fim. Apesar da manutenção de alguns braços conectados à investigação, principalmente no Rio de Janeiro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) definiu a extinção do modelo de força-tarefa e alguns procuradores que atuavam no Paraná foram transferidos e passam a responder ao Gaeco, do Ministério Público Federal (MPF).

Apuração

Com menos recursos e mão de obra, as investigações em curso serão continuadas, mas agora por meio de um núcleo, subordinado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A coordenação é do procurador Alessandro José de Oliveira.

Condições

Do procurador da República em Goiás, Hélio Telho: “GAECO do MPF nem de longe lembra os GAECOS dos MP estaduais. Sem dedicação exclusiva, não tem laboratório de lavagem de dinheiro, nem o guardião, nem agentes para cumprir mandados ou realizar operações. A estrutura de apoio se resume a um técnico administrativo e um analista jurídico.”

O retorno

A derrota do grupo “independente” na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados levou a uma recomposição da base bolsonarista no PSL, antigo partido do presidente Jair Bolsonaro. A sigla superou divergências internas e fechou acordo para que o presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PE), comande a primeira secretaria da Câmara (responsável pelas bilionárias licitações e gestão de pessoal).

Outro lado

Em contrapartida, a ala bolsonarista do PSL ficará com o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que será presidida pela deputada Bia Kicis (PSL-DF), e a liderança da legenda na Casa será exercida pelo deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), ex-líder do governo na Câmara e que disputava com Bivar a vaga na mesa diretora. Na prática, os cargos ocupados pelos bolsonaristas terão maior capacidade política.

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