Um dos jogadores mais experientes no time atual de Dunga, o volante Gilberto Silva, de 33 anos, defendeu o time que perdeu para a França nas quartas-de-final da Copa de 2006. O jogador do Panathinaikos, da Grécia, teve a oportunidade de estar nas últimas duas Copas com o Brasil, e acompanhou dois momentos distintos, a vitória em 2002, e a eliminação e as críticas em 2006.

“Na vitória muitos erros são encobertos, porque se vence e a alegria é tanta que a gente acaba esquecendo. Mas na derrota acho que muita coisa foi colocada de uma forma como se nenhum jogador tinha tido compromisso com a seleção”, revelou o volante. Segundo ele, a crucificação de alguns companheiros que estiveram na última Copa foi injusta, e é preciso considerar a história que alguns jogadores construíram com a seleção.

“Foi um pouco pesado para os jogadores que tanto fizeram para a seleção, pelo nosso país. Jogadores como Cafu, Ronaldo, Roberto Carlos, mereciam uma estátua no museu do futebol brasileiro e mundial até”, desabafou Gilberto Silva. Entretanto o ex-jogador do Arsenal reconhece que é preciso aprender com os erros cometidos.

“Acho que a gente tem um grupo que está disposto a aprender. O Dunga, o Jorginho, a comissão técnica, todo mundo tem procurado nos auxiliar nesse sentido. E hoje é um trabalho conjunto, aqui ninguém ganha nada, nem perde nada sozinho. Pelo menos tem sido assim aqui na seleção”, revelou o jogador.

BLINDAGEM

Gilberto Silva foi perguntado sobre a atitude da comissão técnica da seleção de limitar o acesso da imprensa e da torcida aos treinamentos da seleção. Para o jogador não se trata de uma blindagem, e sim uma garantia para que haja mais tranquilidade para os jogadores trabalharem.

“Se vários jornalistas que estão aqui hoje fossem cobrir outras seleções lá fora, acho que encontrariam mais dificuldades de encontrar a notícia”, disse o jogador. Ele ainda citou a Copa na Alemanha como exemplo para justificar o atual comportamento da comissão técnica brasileira.

“A gente também está um pouco calejado com o que aconteceu em 2006. Aprendemos muito com as nossas derrotas que nós sofremos, mas não vejo nenhuma blindagem”, afirmou o campeão do mundo em 2002.