(Foto: Adriana Brum/Arquivo Pessoal)
O Monte Roraima é uma das grandes atrações turísticas do norte do país e fica na fronteira do Brasil com a Venezuela. Em meio à crise na região, brasileiros foram pegos de surpresa e impedidos de retornar ao nosso país. Entre eles, a goiana e assessora de procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás (MPGO), Adriana Brum, que foi entrevistada, no Manhã Sagres, desta quarta-feira. Ouça a entrevista na íntegra!
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O grupo de turistas foi avisado da situação na Venezuela depois que desceram o Monte Roraima, na tarde de segunda-feira (25). A orientação foi retornar à cidade de Santa Elena e procurar apoio do Vice Consulado do Brasil na região.
– “Quando a gente desceu já tinha acontecido a maior parte dos confrontos. Então o [Nicolas] Maduro mandou consertar os hospitais e consertar a cidade toda. Ainda sim vimos muitas coisas depredadas”, explicou Brum.
A turista goiana relata o desespero de parte da população e pede ajuda para que todos divulguem a realidade que eles estão vivendo no país.
– “Todos os venezuelanos estão desesperados por uma intervenção externa porque a coação é imensa. Eles (Governo de Maduro) contrataram mais de 60 ônibus para fazer uma festa para que parecesse estar tudo bem no lugar. Falta alimentação, falta internet, falta luz, falta água…”, relata a goiana.
O Exército de Maduro tem entrado em hotéis, pousadas e abordando os turistas para que apaguem todas as fotos e vídeos feitos, neste período, na Venezuela. A goiana não teve bens confiscados, mas ouviu relatos de outros brasileiros.
– “Eles entraram nos hotéis confiscaram bens das pessoas e mandaram apagar tudo o que tinha de fotos e vídeos do que a gente tinha retratado desta condição. Realmente é uma ditadura. É difícil compreender que o Exército deles [Maduro] é o maior perigo nas ruas. Os venezuelanos relatam que há uma milícia, que se sustenta por extorsão de cidadãos venezuelanos com apoio governo. A pior parte da violência é realizada pelos próprios milicianos.”, descreve a turista.
A Adriana Brum realizou a travessia na noite desta terça-feira (26) junto com outros brasileiros, foi recepcionada pela Polícia Federal e o Exército Brasileiro e encaminhada pela agência de turismo para retorno a Goiânia na manhã desta quarta-feira (27).
– “A sensação foi de alivio. Por pior que seja a nossa realidade, eu nunca tinha passado por algo similar. Quando eu decidi subir o Monte Roraima muitas pessoas garantiram que seria uma situação tranquila e estável. Ninguém imaginava que isso ia acontecer”
Confira a reportagem no programa Sagres Sinal Aberto:
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De acordo com dados de hoje (27), um real equivale a 876 bolívares soberanos. Esta desvalorização da moeda local aumenta os obstáculos para acesso a itens básicos de alimentação e higiene.
– “A gente ficou sem alimentação e buscamos uma forma de comprar alguma coisa. Uma lata de atum é uns 20 reais. Uma banana é 3 reais. A considerar que o Real é muito mais valorizado que o Bolivar [moeda Venezuela], as pessoas vão com malas para poder comprar as coisas básicas”, explicou.
Adriana Brum recebe apoio do vice consulado brasileira para travessia da fronteira na Venezuela (Foto: Adriana Brum/Arquivo Pessoal)
O vice consul do Brasil na Venezuela, Ewethon Ribeiro, não pode conceder entrevista, mas relatou a reportagem do Sagres ON que os brasileiros estão recebendo o apoio possível e necessário para que faça a travessia da fronteira. No dia de hoje, a tendência é que 20 caminhoneiros brasileiros voltem para o país e outros dois possam entrar na Venezuela para realizar a entrega de cargas.
De acordo com a Agência Brasil, ontem à noite, Um grupo de cerca de 100 brasileiros foi autorizado a deixar a região de Santa Elena do Uairén, na Venezuela, depois de uma longa negociação entre autoridades brasileiras e venezuelanas. Os brasileiros estão autorizados a regressar para o Brasil a partir de ontem à noite, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.