Sou natural de Mineiros, uma joia rara situada a 420 km de Goiânia, no sudoeste goiano. Cidade que encanta pelas belezas do Parque Nacional das Emas, pela pujança do agronegócio, pela hospitalidade e gentileza de sua gente! Lá, em outubro de 1979, iniciei a carreira de radialista na Rádio Eldorado de Mineiros. Foi a realização do primeiro sonho da vida profissional!

Cheguei em Goiânia, em março de 1981, cheio de sonhos. Na cidade idealizada e fundada por Pedro Ludovico esperava aumentar o conhecimento. Completei o segundo grau. Fiz dois cursos de graduação: Comunicação (habilitação radialismo) pela Universidade Federal de Goiás e Direito pela Universidade Católica de Goiás (PUC).

O período de estudos foi compartilhado com o trabalho. Em 1982, fui contratado pela Rádio Clube de Goiânia, hoje Rádio Sagres 730, atual posto de trabalho novamente! De lá cá, nunca mais parei. Já são 42 anos atuando na área em várias emissoras de rádio e tv do interior e capital.

Mineiros e Goiânia dividiram o meu coração! Ambas têm o meu amor e consideração! Em Mineiros, deixei tesouros (avós, pais, irmãos, sobrinhos, tios, primos e amigos). Goiânia me deu os amores da vida: esposa Elaine (natural de Ceres) e minhas filhas Lis e Tatiane. Duas legítimas goianienses! Goiânia também me deu uma legião de amigos e colegas de trabalho!

Sou goianiense de coração. Tenho orgulho do título de cidadão goianiense recebido através de uma propositura do vereador Edson Automóveis!

Em Mineiros, aprendi a gostar de futebol por causa do Santos e do Palmeiras. Dois times locais, homônimos dos paulistas. Times amadores que jogavam um futebol de primeira grandeza. Quando estreei na Rádio Eldorado nas transmissões esportivas, o Palmeiras já tinha se transformado em Mineiros. Hoje quem dá a bola na cidade é o Mineiros Esporte Clube (Mecão), líder do grupo A da atual terceira divisão goiana.

Em Goiânia estão 4 clubes tradicionais do futebol brasileiro: Atlético, Goiânia, Goiás e Vila Nova!

Aqui em Goiânia, tive a honra de trabalhar em várias equipes esportivas, em diferentes prefixos de rádio e tv, com os melhores profissionais do Brasil na área. Atuei como narrador, repórter, comentarista e âncora. Fiz inúmeras coberturas de campeonatos estaduais, nacionais e muitos eventos internacionais: libertadores da América , copas do mundo (3 de forma presencial) e uma olimpíada (Atlanta)!

Como repórter conheci de perto a estrutura e desenvolvimento de cada clube da capital, especialmente o Goiás Esporte Clube. Fui repórter do dia a dia do Verdão da Serrinha, durante 20 anos. Grande parte desse tempo ao lado do amigo Ricardo Lima!

Neste período, acompanhei o apogeu e declínio dos clubes da capital. Atlético e Goiás cresceram. O Goiânia afundou. O Vila Nova oscilou muito!

De 1982 a 2005, foi o período de ouro do Goiás. Dentro de campo com inúmeras conquistas e fora com o aumento substancial do patrimônio e da estrutura física. O Esmeraldino ganhou 14 dos 28 títulos estaduais, 3 copas do centro-oeste, um campeonato brasileiro da série B, um vice-campeonato da Copa do Brasil, um terceiro lugar no brasileirão e um nono lugar na Copa Libertadores da América. Tornou-se o papa-títulos da região! A torcida se multiplicou. Pesquisas feitas na época apontaram a torcida esmeraldina como sendo a maior do Estado. Revelou dezenas de jogadores que ganharam projeção no mercado nacional e internacional. Cedeu jogadores para a seleção brasileira ( Uidemar, Lira, Josué, Álvaro, Fernandão e Araújo)!

O Goiás tem estrutura invejável. Dois centros de treinamentos. Um deles com concentração de primeiro mundo para garotos das categorias de base. O Estádio Hailé Pinheiro inacabado, está ficando bonito!

De 2005 para cá, o Goiás oscilou muito. Mantém-se forte no plano estadual, dividindo os títulos, basicamente com o Atlético. Conquistou mais um tetracampeonato goiano. Apesar de ter vencido outro campeonato brasileiro da série B (2012), perdeu a tradição de um time da elite do futebol brasileiro por conta das constantes idas e vindas da série A para a B. Atualmente, está no G4 com boas chances de voltar para a série A!

De 1982 a 2005, o Atlético enfrentou um período de decadência. Ganhou apenas 2 títulos estaduais (85 e 88) e um brasileiro da terceira divisão em 1990. Apesar da revelação de jogadores importantes que brilharam até fora do país (Valdeir), os desatinos administrativos e financeiros levaram o Dragão para o fundo do poço. O Estádio Antônio Accioly foi demolido. Ficou em ruínas. Em campo, o time despencou para a segunda divisão goiana e para a terceira do brasileiro. Foi um inferno astral! Quando tudo parecia acabado veio o “milagre” do ressurgimento!

De 2005 para cá, o Atlético foi time que mais cresceu no Estado. Méritos para o trabalho arrojado de dirigentes como Wilson Carlos, Valdivino Oliveira e principalmente do Adson Batista. São 5 títulos estaduais, acessos para série A, um campeonato brasileiro da série B (2016) e classificações para a copa sul-americana. Tornou-se um gigante do centro-oeste. Vive a fase de consolidação na elite do futebol brasileiro. É o melhor time goiano no ranking nacional de clubes da CBF (19º)!

Fora de campo cresceu mais ainda. O CT virou referência! O estádio Antônio Accioly ficou lindo! É o melhor e mais belo estádio particular do Estado!

Neste período (82/2005), o Vila Nova conservou o status de um time forte e respeitado no estado. Conquistou 6 títulos goianos. Manteve acesa a rivalidade com o Goiás. Dos 6 títulos, 4 foram conquistados diante do Goiás. Sofreu revés. Chegou a disputar a segunda divisão goiana e a terceira do brasileiro. O time colorado não conseguiu ganhar projeção em nível nacional. Apesar disso, a torcida se renovou. Continuou fiel! Dos times de massa, o Vila Nova é um dos poucos que ainda não disputou a moderna série A do Brasileiro!

Fora de campo, o Vila Nova construiu o tão sonhado CT. O Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga ganhou melhorias. A concentração foi finalizada com sucesso!

De 2005 para cá, o Vila perdeu força inclusive no Estado. Não ganha um campeonato goiano há 16 anos. Neste período, disputou mais duas vezes a série C do Brasileiro. Atualmente ocupa a décima primeira posição da série B com 39 pontos!

Já o Goiânia Esporte Clube que leva o nome da capital era o maior campeão do Estado até 1982. De lá para cá, não ganhou mais nada. Entrou em decadência total! Virou time de segunda divisão goiana. O futuro do Galo é tenebroso!

Os clubes goianienses não cresceram no mesmo ritmo da cidade. Ressalva para a história recente do Atlético. As equipes da capital precisam rever os planos de gestão e viabilidade econômica!

Ao celebrar os 88 anos, Goiânia também apresenta enormes desafios para os atuais e futuros gestores! Apesar dos problemas comuns das metrópoles, Goiânia tem qualidade de vida!

Goiânia mora no meu coração! Parabéns sua linda!