O Goiás Esporte Clube completa nesta segunda-feira (6) mais um ano de sua vitoriosa história no futebol. Em homenagem ao aniversário esmeraldino, a Sagres 730 entrevistou diversos atletas que ficaram marcados no decorrer dos anos. Além dos ídolos do passado, um personagem se destacou nesta última década.

Vivendo entre altos e baixos em sua carreira, o atacante Walter viveu na Serrinha seu melhor momento no futebol. Foram duas passagens ao todo e uma terceira que se iniciaria em 2019 e acabou não acontecendo por ter sido suspenso por doping. Mas não foi fácil para o atleta vestir a camisa do Goiás, foi preciso “brigar” para concretizar o desejo de jogar em Goiânia, principalmente com o Porto de Portugal que era detentor dos seus direitos.

Walter em seu retorno ao Goiás (Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)

“No final de 2011 o Enderson (Moreira) assume o Goiás e me liga dizendo que estava com um projeto muito bom para 2012. Eu disse para ele que seria muito difícil o Porto me liberar para o time de série B porque eu estava muito bem, mas ele ficava me cobrando e eu fiz uma força lá, só que naquele momento não deu certo. Veio uma proposta do Cruzeiro, mas eu não estava feliz indo para lá porque eu já estava com a cabeça de vir para o Goiás, só que o Porto não liberou porque havia pagado muito caro por mim. Eu fiquei três meses no Cruzeiro e não consegui jogar, pedi o Enderson para me trazer, cheguei no Goiás e foi a melhor coisa que aconteceu na minha carreira”, explicou.

Depois da primeira briga para atender o pedido de Enderson Moreira, treinador esmeraldino em 2012, Walter precisou negociar agora sua permanência para a Série A da temporada seguinte, a melhor de sua carreira. Ao lado de Thiago Mendes e Ricardo Goulart, ele foi um dos grandes nomes do clube na conquista da Série B em 2012 e, por isso, recebeu propostas de outros clubes.

“Foi o melhor ano da minha carreira (2013) e foi uma escolha minha. Querendo ou não eu tinha feito um ótimo campeonato em 2012, se não me engano foram 28 partidas e 16 gols marcados e o Porto queria que eu fosse para outro time. Eu tive que ‘bater no peito’ e disse que iria jogar uma Série A pelo Goiás, que eles não precisavam aumentar o valor em nada, que seria a mesma coisa e foi a minha melhor escolha. Eu continuei no Goiás, fiz 29 gols no ano, e todos os campeonatos que o Goiás jogou eu fui artilheiro, Campeonato Goiano, Copa do Brasil e Brasileiro. Muitos torcedores me falam que iam ao estádio em 2013 para me ver e isso é muito bom”, destacou.

O retorno do jogador em 2016 também não foi fácil. Depois de uma passagem no Fluminense, acabou se transferindo para o Athletico Paranense em 2015 onde permaneceu até receber uma visita de Hailé Pineiro e Sérgio Rassi em Curitiba. Em pauta o retorno de Walter para o Goiás no intuito de ajudar o Verdão se recuperar de uma campanha ruim na segunda divisão daquele ano.

“Eu estava em um momento muito bom no Athletico Paranense, o seu Hailé Pinheiro e o presidente na época que era o Sérgio Rassi foram à Curitiba e o Hailé me disse que precisava de um jogador que a torcida iria abraçar e que eu ajudaria o Goiás. Mais uma vez ‘bati no peito’ porque eu tenho muito gratidão pelo que o clube fez por mim na primeira passagem me mostrando para o Brasil todo, então eu bati de frente com o Petraglia (presidente do Conselho Deliberativo do Furacão), no final deu tudo certo e eu voltei para o Goiás”, revelou.

Arrependimento

Mesmo com as boas lembranças na Serrinha, Walter também passou por situações que desejaria esquecer. Nos 77 anos do clube, ele relembrou a briga com o goleiro Matheus em um treinamento em 2017, o que culminou em uma saída conturbada do Goiás e a transferência para o rival Atlético Goianiense.

“O que eu me arrependo foi em 2017 da maneira que sai do Goiás, do jeito que as coisas aconteceram e como eu briguei. Quando jogador e clube brigam, advogados já pensam em colocar na Justiça, mas eu disse que jamais faria isso com o Goiás. Eu conversei com todo mundo, disse que já tinha outro time e rescindia o contrato. Teve aquele caso isolado e é só isso que me arrependo”, pontuou.

Walter e Hailé Pinheiro

As oportunidades que recebeu na equipe esmeraldina, principalmente em 2019 quando retornaria após a polêmica dois anos antes, se tornaram viáveis muito por conta do presidente do Conselho Deliberativo, Hailé Pinheiro. O dirigente nunca escondeu o carinho pelo atacante e o camisa 18 sempre retribuiu o sentimento.

“Converso com ele de duas a três vezes na semana, é como se fosse pai e filho, nós temos a liberdade de conversar sobre tudo. Ele sempre me dá conselhos. Esse ano, por exemplo, fui convidado para participar de um reality show e fui perguntar ao seu Hailé. Ele me disse que achava que não valia a pena, conversei com ele, perguntei se poderia me ajudar ou atrapalhar porque ele entende muito”, disse.

Paixão do torcedor

No dia do aniversário esmeraldino, Walter também destacou sua relação com a torcida esmeraldina e fez questão de ressaltar o desejo de defender novamente o Goiás Esporte Clube após sua suspensão se encerrar no mês de maio.

“Muito obrigado por tudo. Eu só tive uma ‘briguinha’, coisa pouca, em 2017 e isso se apagou. Eu vi que a torcida do Goiás é muito apaixonada por mim e eu por ela. Quem sabe um dia eu possa voltar, não sei se nesse ou no próximo ano, mas que quero retornar. Quero fazer 100 jogos pelo Goiás, 50 gols e dizer para eles que se o Walter voltar, ele estará muito focado porque é muito feliz vestindo a camisa esmeraldina. Só agradecer o carinho que eu recebo deles em todos os lugares que vou em Goiânia”, afirmou o atacante.

Ouça na íntegra a entrevista de Walter à Sagres 730:

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