A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou na tarde do último domingo (15) que todas as competições de âmbito nacional coordenadas pela entidade fossem paralisadas por tempo indeterminado em decorrência da pandemia do coronavírus. Desta forma Goiás e Atlético não entrarão em campo contra Vasco e São José, respectivamente, pela terceira fase da Copa do Brasil nesta semana.

O time esmeraldino, por exemplo, venceu o jogo da ida no Rio de Janeiro por 1 a 0 e tem a vantagem do empate na segunda partida que ainda não tem data marcada. Em entrevista à Sagres 730, o presidente Marcelo Almeida concordou com a decisão e disse que a medida é necessária para combater o avanço da doença.

Reunião no Goiás Esporte Clube (Foto: Divulgação/GEC)

“Eu particularmente acho que foi uma decisão acertada. Existe um trabalho científico que comprova que o distanciamento social é talvez a medida mais eficaz nesse momento inicial (…) Acho que nós estamos nessa fase primária e para que a gente não possa pagar um preço caro demais, temos que tomar medidas drásticas e emergenciais no início. Paralisação de campeonatos, jogos com portões fechados, paralisação de eventos, fechamentos de salas de cinema e outras medidas como essas podem nos trazer benefícios daqui um ou dois meses. A gente tem que sofrer agora para não remediar amanhã”, destacou.

Apesar de paralisar seus torneios, a CBF deixou em aberto a decisão de cada federação para a continuidade ou não dos campeonatos estaduais. Mesmo com a suspensão dos campeonatos paulista, mineiro e gaúcho, o estadual em Goiás, por hora, terá continuidade. Se foi à favor da paralisação dos torneios nacionais, Marcelo Almeida ainda não tem opinião definida sobre o Goianão 2020.

“As coisas estão dinâmicas demais, eu prefiro aguardar as próximas 48 horas para emitir um parecer mais oficial porque a minha ideia não está muito bem elaborada com relação a isso. A diferença do Campeonato Brasileiro é que você tem deslocamento aéreo, delegações muito grandes e isso faz com que as pessoas fiquem muito expostas nos aeroportos. Diferentemente da nossa realidade aqui em Goiás onde os deslocamentos são mais curtos e feitos de ônibus. Isso não promove o que estou defendendo de distanciamento social, mas é uma teoria que deve ser levada em consideração. Eu ainda não tenho uma opinião formada, mas acredito que nas próximas 48 horas a gente possa ter uma opinião mais consistente”, explicou.

A indefinição no calendário goiano, no entanto, não impediu que o clube esmeraldino tomasse algumas decisões nesta segunda-feira (16). O elenco profissional ganhou folga e os departamentos se reuniram para decidirem as medidas que serão realizadas nos próximos dias.

“Tivemos uma série de determinações no dia de hoje. Por exemplo, optamos pela paralisação das escolinhas e não teremos atividades nos próximos 20 dias e consequentemente nossos professores também terão férias antecipadas. Nossa categoria de base será 100% paralisada, a Casa do Atleta será fechada e os integrantes irão para suas casas. Em relação ao futebol profissional estamos esperando algumas deliberações para sabermos quais serão os próximos passos”, revelou o presidente.

>>> Confira medidas adotadas pelo Goiás

Uma das maiores preocupações da diretoria é em relação ao técnico Ney Franco que viajou para os Estados Unidos na última sexta-feira (13) para resolver problemas particulares e retornou ao Brasil nesta segunda-feira (16).

“Na sexta-feira o Ministério da Saúde baixou uma portaria que todo indivíduo que chegasse do exterior ficaria isolado por sete dias. Isso ‘caiu’ sábado e não será mais necessário. Porém nós tomaremos medidas preventivas enérgicas. Vamos ter uma reunião com o Ney onde solicitaremos para que ele não tenha contato direto com ninguém no clube, nem com a comissão técnica, com os atletas, agindo de forma preventiva. Medidas preventivas serão tomadas”, disse Marcelo Almeida.

Uma das decisões então é que o treinador não vá ao CT para evitar contato com jogadores e membros do departamento de futebol do Goiás. Ney Franco, porém, não deve passar por testes de coronavírus se não apresentar nenhum sintoma.

“A princípio algo em torno de sete dias (Ney Franco deve ficar sem ir ao CT). As pessoas precisam ter algum tipo de sintoma, se elas não tiverem o grau de atenção é menor. Em qualquer sintoma obviamente a gente vai atrás de recursos que possam nos direcionar para um diagnóstico mais preciso”, explicou o dirigente esmeraldino.

Ouça na íntegra a entrevista de Marcelo Almeida na Sagres 730:

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