Goiás está entre os estados que tiveram maior perda da vegetação natural, segundo o levantamento Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física divulgado nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), e que demonstra as mudanças dos estoques do recurso no país de 2000 a 2020. A publicação parte dos resultados do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra, realizados e divulgados neste período.

De acordo com o levantamento, de 2000 a 2020, a vegetação campestre do país teve redução 10,6% (192,5 mil km²) enquanto a Vegetação florestal diminuiu 7,9% (320,7 mil). Somados, esses dois tipos de cobertura perderam 513,1 mil km² entre 2000 e 2020, o equivalente a 6,0% do território do país.

No mesmo período (2000/2020), a área da silvicultura no país cresceu 71,4% (36 mil km²), a área agrícola cresceu 50,1% (229,9 mil km²) e a de pastagem com manejo, 27,9% (247 mil km²).

Segundo o IBGE, as mudanças mais intensas foram nas bordas da Amazônia, no MATOPIBA, no sul do Rio Grande do Sul e na área que vai do Oeste Paulista ao leste de Mato Grosso do Sul e Goiás.

Pará teve maior expansão de pastagem com manejo e maior redução de vegetação nativa

Entre as Unidades da Federação, a maior expansão das áreas de Pastagem com manejo foi no Pará: mais 87,8 mil km² em 20 anos. Em seguida vem o Mato Grosso (45,9 mil km²) e Rondônia (35,9 mil km²). Os três estados, na mesma ordem, tiveram as maiores reduções de vegetação natural, 123,3 mil, 97,8 mil e 40,8 mil km², respectivamente.

No Pará, houve retração de vegetação natural de 123,2 mil km², enquanto no Mato Grosso a redução foi de 97,8 mil e em Rondônia, 40,9 mil. “Nota-se uma expansão das Pastagens com manejo se estendendo da Região Centro-Oeste para a Região Norte”, explica a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista. Já nas áreas agrícolas, as maiores expansões foram em Mato Grosso (56 mil km²), São Paulo (23,8 mil) e Goiás (21,3 mil).

Fonte: IBGE

Entre os principais resultados do levantamento está a redução das áreas de vegetação natural no país. A Vegetação campestre retraiu 10,6% (192,5 mil km) enquanto a Vegetação florestal viu reduzir seu território em 7,9% (320,7 mil km²). Somadas, ambas reduziram 513,1 mil km² entre 2000 e 2020.

A silvicultura avançou, principalmente, sobre as áreas de Vegetação campestre, Mosaico de ocupações em área florestal e Pastagem com manejo. As maiores expansões foram em Mato Grosso do Sul (7,8 mil km²), Minas Gerais (6,6 mil km²) e Rio Grande do Sul (4,8 mil km²).

Entre 2018 e 2020, uso da terra foi alterado em área equivalente à de Alagoas e do Rio de Janeiro

Também foi divulgada hoje a atualização do “Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra do Brasil”, que abrange as mudanças territoriais do país entre 2018 e 2020. Neste período, 70 mil km² da área nacional sofreram alguma mudança, correspondendo a 0,7% do território nacional, ou uma área equivalente à dos estados de Alagoas e Rio de Janeiro, somados. A principal alteração foi o avanço das atividades agropecuárias sobre a vegetação natural.

Neste período (2018/2020), as principais conversões foram da Pastagem com manejo para a Área agrícola (14,9 mil km²), do Mosaico de ocupações em área florestal para Pastagem com manejo (12,3 mil km²) e de Vegetação florestal para Mosaico de ocupações em área florestal (11,8 mil km²), o que representa uma fragmentação da paisagem.

Algumas regiões do país se destacaram: o centro-norte de Mato Grosso; o leste sentido nordeste do Pará; as divisas de Rondônia, Acre e Amazonas; a região da savana de Roraima; o MATOPIBA; o Oeste Paulista, o recorte que abarca o leste do Mato Grosso do Sul, Goiás e Triângulo Mineiro; além do sul do Rio Grande do Sul.

Fonte: IBGE

Em dois anos, as maiores expansões de Pastagem com manejo foram registradas no Pará (4,5 mil km²), Rondônia (2,6 mil km²) e Amazonas (1,2 mil km²). Já as Áreas agrícolas ganharam mais espaço no Mato Grosso (5,5 mil km²), Mato Grosso do Sul (3,3 mil km²) e Goiás (1,7 mil km²). A Silvicultura expandiu mais nos estados do Mato Grosso do Sul (329 km²), Maranhão (230 km²) e Bahia (138 km²).

O levantamento também captou as reduções nas Vegetações florestal e campestre, de 2018 a 2020. Na primeira, destaque para Pará (4,7 mil km²), Mato Grosso (2,4 mil km²) e Rondônia (2,1 mil km²). Na segunda, Tocantins (1,8 mil km²), Mato Grosso (1,4 mil km²) e Rio Grande do Sul (1,1 mil km²) lideraram.

Interpretação visual de imagens de satélite e campanhas de campo

O Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra tem como objetivo espacializar e quantificar a cobertura e uso da terra do Brasil, em períodos regulares, a partir do mapeamento sistemático. A metodologia envolve interpretação visual de imagens de satélite, campanhas de campo e consulta a informações complementares. Os dados são divulgados em Grade Estatística, que cobre o território brasileiro com células de 1km². Como subprodutos, são disponibilizados os mapas, gráficos e tabelas com estatísticas que compõe as Contas Físicas e a Matriz de Mudanças ocorridas nos períodos analisados.

IBGE atualiza base de dados das “Contas de Ecossistemas: o Uso da Terra nos Biomas Brasileiros”

O IBGE também disponibiliza hoje a atualização da base de dados das Contas de Ecossistemas: o uso da terra nos biomas brasileiros em mais uma etapa do projeto de incluir os indicadores ambientais do país nas Contas Nacionais. O estudo, realizado a partir de uma síntese dos dados do Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra”, apresenta uma análise da extensão das áreas naturais e antropizadas nos biomas, considerando as conversões de uso da terra no período 2018-2020. Está sendo disponibilizada, ainda, toda a série história ajustada

As consultas interativas aos dados e subprodutos podem ser realizadas através do Banco de Dados e Informações Ambientais e da Plataforma Geográfica Interativa.

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