O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Ambientais (Dema), Luziano Carvalho, em entrevista ao quadro Meio Ambiente do Cidadania em Destaque desta terça-feira (11), destacou os trabalhos feitos pelas equipes da Polícia Civil (PC) na preservação das nascentes no estado, em especial do Ribeirão João Leite e Rio Meia Ponte.

Ouça a entrevista na íntegra

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Só o Ribeirão João Leite possui mais de 490 nascentes, 70 delas totalmente preservadas. Segundo o delegado, o próprio dono da propriedade em que ela se encontra pode fazer o trabalho de isolamento para recuperação das nascentes.

“Não há custo para isso. Tem uma nascente em sua propriedade? Faça apenas um isolamento desta nascente, em um raio de cerca de 50 metros, e deixe que a natureza revele as melhores formas de regeneração e recomposição da área degradada. Melhora mesmo, é científico, técnico. A qualidade da água melhora e também a quantidade”, pontua.

Um desafio para a preservação das áreas de nascente, por parte de proprietários, é o recurso para o gado. De acordo com o delegado, muitas propriedades utilizam a água para alimentar os animais.

“Ele (o dono) tem esse direito, da dessedentação de animais. Mas em vez de o gado beber em todo o leito de um rio, faça apenas o isolamento, apenas de um ponto, como um corredor. Claro que deve haver um manejo do solo para que o gado não faça trilheiro, consequentemente erosão e até voçorocas”, ressalta.

Outro risco para a preservação de nascentes e mananciais em Goiás são os pivôs de irrigação sem licença ambiental, em que os equipamentos instalados nos leitos dos rios retiram milhões e litros da água e direciona para as lavouras. Apesar disto, Luziano Carvalho destaca que desde 1999, quando a PC iniciou os trabalhos para recuperação nas nascentes, houve crescimento na recomposição dos mananciais.

“Hoje temos mais de 200 nascentes recuperadas na bacia do Meia Ponte e João Leite, já devidamente cadastradas. Acreditamos que há em torno de 5 mil nascentes recuperadas hoje no estado de Goiás.