As competições estaduais trouxeram aos três grandes do futebol goiano saldos diferentes. O Goiás e Vila Nova conseguiram títulos, enquanto o Atlético viveu muita turbulência e decepcionou no início do ano. Agora com o Goianão e a Divisão de Acesso já finalizados e os frutos colhidos (ou não), o que resta ao estado de Goiás no futebol? Bem, vamos lá.

Dos três, o Goiás poderia ser o time com a melhor previsão para a “fase nacional” do calendário de 2015, por jogar Série A, por ter a maior receita e por ter conquistado o principal troféu do estado. Mas, ao que tudo indica, será o time entre os três com a vida mais complicada daqui para frente.

É verdade (e isso tem que ser levando em consideração) que o desafio esmeraldino é bem maior do que o dos rivais, já que joga uma primeira divisão com uma diferença bem considerável de qualidade para as Séries B e C, mas, por outro lado, o Goiás é o que parece menos pronto para os seus desafios. O elenco não está pronto, reforços ainda chegam e o time deve passar por alguns estágios até formar uma cara.

Além do mais, há muita desconfiança sobre a qualidade dos reforços e do elenco em geral, que ainda não conseguiu convencer ninguém de que tem condições de surpreender e fazer um Campeonato Brasileiro sem precisar olhar para baixo. A baixa popularidade da comissão ténica e da atual diretoria também jogam contra o time. Os desafios são grandes e o Goiás precisa mostrar muita competência à partir de agora para evitar o futuro sombrio que muitos, principalmente torcedores, pintam para o Verdão.

Particularmente acho o pessimismo demonstrado até aqui meio exagerado. Mas sem dúvida que é, no mínimo, coerente levar em consideração essa hipótese e temer por isso. Comparado a outros adversários contra o rebaixamento, o Goiás tem tradição, camisa pesada, e isso também é decisivo no Brasileirão. Não acredito em uma queda do Verde, mas um campeonato brasileiro emocionante é algo que o esmeraldino deve esperar.

O clima no Vila Nova é diferente, o que está em alta pelos lados da Toca do Tigre é a confiança depois do fim de 10 anos sem títulos (Divisão de Acesso é um campeonato oficial e, portanto, seu título tem sim seus méritos) e uma administração coerente que parece ter organizado a casa colorada. Com o elenco mantido e alguns outros nomes chegando, o Vila Nova deve chegar bem nivelado para a disputa da Série C.

Pensar em um acesso à Série B pode parecer prematuro, já que o Tigre campeão da Divisão de Acesso ainda precisa mostrar seu valor em uma competição nacional, mas é um direito que pode ser conquistado ao longo da competição. O Vila Nova demonstrou que tem condições de evoluir como time e individualmente tem peças com nível de segunda divisão, caso do bom zagueiro Gustavo Bastos. Se fosse para apostar, diria que o Vila entra para disputar a vaga.

Já o Dragão, que atravessou o pior momento nesses primeiros meses de 2015, aponta que fará uma Série B sem grandes problemas, mas também sem grandes pretensões. Com muitos problemas financeiros, o time deve ser inferior ao do ano passado, que por pouco não subiu, mas nada que assuste o Dragão com a Série C, principalmente por ter um criativo e competente diretor de futebol.

Adson Batista é a grande cartada do time na temporada e, mais do que nunca, sua habilidade em formar times competitivos com muito pouco, vai ser necessário no clube rubro-negro. Com um elenco bem mais encorpado desde o fracasso no Goianão e o arreio justo de Adson, o Atlético deve conquistar posições intermediárias na tabela de Segunda Divisão, para voltar a pensar em acesso em 2016.