A proposta de reforma política sugerida pela presidente Dilma Rousseff em resposta as manifestações populares ocorridas no mês de junho vai desfalecendo aos poucos. Inicialmente caiu a ideia de uma constituinte para tratar do tema. Posteriormente, o governo focou no plebiscito, mas esta opção também já está praticamente descartada por parte dos aliados. Nesta quinta-feira (4), o vice-presidente Michel Temer afirmou que não há condições de fazer a consulta popular a tempo de que as novas regras possam valer para as eleições de 2014.

Pela legislação brasileira, as novas regras precisaram ser aprovadas até o dia 4 de outubro deste ano, para que entrem em vigor em 2014, prazo de um ano antes das eleições.

Temer admitiu que no caso de o Congresso Nacional conseguir aprovar uma reforma política, o plebiscito poderia ser descartado. “É muito provável que o Congresso possa vir a formatar um projeto de reforma política. Tanto que a força motora de todo esse movimento é a ideia de uma reforma política. Como viabilizá-la? Por meio da consulta popular. Mas, se o Congresso realizar a reforma política e ela for, digamos, adequada às aspirações populares, quem sabe até não se pensa em plebiscito?”

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pela primeira vez admitiu seguir o pensamento da oposição, ou seja, da realização de um referendo ao invés de um plebiscito como está sendo defendido pelo governo desde a impossibilidade da realização de uma Constituinte exclusiva para o tema. Neste caso, o Congresso Nacional aprovaria o projeto e ele seria colocado para o crivo da população.

A sugestão do novo caminho surgiu depois que alguns líderes de partidos da base aliada declararam que achavam que era inviável a aprovação de uma reforma política até o dia 4 de outubro.