A Enel, uma empresa italiana com sede em Roma comprou a Celg pelo valor de R$ 2,187 bilhões em único lance em leilão nesta quarta-feira (30). O valor pago corresponde a 28% de ágio sobre o valor mínimo de R$ 1,791 bilhão. A secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, classifica a venda de forma positiva.

“Estávamos convictos de que a venda seria realizada hoje, mas a nossa expectativa era dentro do preço mínimo, até em função de algumas manifestações de que o preço estaria muito caro. Para nós foi uma surpresa muito positiva, um sucesso, porque demonstra a confiança do investidor no Estado de Goiás e no potencial de crescimento da economia goiana”, afirma.

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A empresa italiana, que já possui negócios no Brasil, atua na geração e distribuição de energia elétrica e de gás natural no Rio de Janeiro. A Enel vai assumir a Celg no dia 30 de janeiro de 2017. O governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), destacou o potencial da nova dona da Celg, e ressalta que a companhia também assume as dívidas da estatal.

“A Celg tem mais uns R$ 4 milhões em dívidas, isso tudo é assumido imediatamente por quem compra e ainda vão investir mais R$ 2 bilhões. Estamos falando em um universo de R$ 8 bilhões envolvidos nessa negociação. O mais importante é que quem está comprando a Celg é um gigante da energia global, que já havia comprado a espanhola Endeza que era dona de Cachoeira Dourada, foi comprada pela Enel e ela entra agora na área de distribuição aqui no estado”, pontua Perillo.

Ainda durante discurso, o governador disse que a Celg agora deixa de ser uma preocupação para o Estado. “É primeira empresa privatizada nesse ano. Isso sinaliza que os mercados começam de novo a olhar para o Brasil com interesse. Eu, como governador, também não vou ter mais a preocupação de saber se a Celg vai pagar o imposto ICMS. E economia goiana vai ganhar muito, a população vai ganhar muito, o industrial, o agropecuarista e a melhoria nas casas. Estou muito feliz”, ressalta.

De acordo com a secretária Ana Carla Abrão, o consumidor goiano não tem motivos para se preocupar com a privatização da estatal, e diz que a venda representa uma “dupla vitória”. “Em primeiro lugar porque teremos agora um dono com capacidade de investimento na Celg e ainda ganha também porque esses recursos são 100% direcionados a investimentos no estado de Goiás. Hoje é um dia para se celebrar”, avalia.

Segundo a secretária, metade do valor recebido pela venda da Celg fica para o Estado. “O Estado deve receber pouco mais de R$ 1 bilhão. 49% das ações são do Estado de Goiás, mas além disso temos as comissões para bolsa de valores, imposto de renda. Então o valor líquido ainda está para ser calculado, mas do ponto de vista de valores brutos a gente está falando em cerca de pouco mais de R$ 1 bilhão para o Estado”, reitera.

Com informações da repórter Juliana Gomes