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Foi divulgado hoje no Diário Oficial da União (Dou) o novo valor do salário mínimo de R$ 1.045,00 e que começa a valer a partir do dia 1º de fevereiro. A publicação revoga o valor de R$ 1.039 decidido e apresentado em 31 de dezembro de 2019. Assim, o valor diário de serviço passa a ser de R$ 34,83 e a hora de serviço R$ 4,75.

Em dezembro do último ano, o governo havia divulgado um salário mínimo que ficava abaixo do proposto no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020. Os R$ 1.039,00 ficavam abaixo até da alta da inflação. Já o valor anunciado hoje no Dou supera a alta na inflação, mas não conta com a política de aumento real, onde o aumento é maior que a inflação.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 49 milhões de brasileiros vivem hoje com rendas equivalentes ao salário mínimo. Dona Ezibate de Souza (Bete) faz parte desse número. Ela é diarista e sustenta a casa onde vive com seu esposo e dois filhos deficientes mentais. “O aumento não vai me ajudar muito, porque é tudo muito caro,” lamenta.

Além do salário, Bete revela que é frequente ter que recorrer a algum parente para pedir ajuda com as despesas da casa. “A água é cara, a energia é cara, tudo no supermercado é caro. É impossível viver com um salário mínimo. Talvez, um jovem sem despesa consiga, mas uma dona de casa, um pai de família não consegue manter uma casa só com um salário mínimo,” destaca.

O Brasil enfrenta uma crise financeira, que em 2019 foi responsável por cancelar até festas de carnavais em alguns municípios. Uma pesquisa divulgada pelo Serasa Experian mostrou que em março do ano passado o número de inadimplentes era de 63 milhões. Segundo a pesquisa, esse foi o maior número alcançado nos últimos 4 anos.

Diante dessa situação, especialistas alertam para cuidados que a população pode ter para não se individar. “É difícil viver neste país com um salário mínimo, mas tem algumas coisas que a pessoa pode fazer para viver melhor,” garante a vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Goiás, Alessandra Campos. “Neste momento a família deve se reunir e discutir sobres as despesas da casa. Manter as contas básica em dia, fazer pesquisas antes de comprar qualquer coisa e evitar empréstimos,” indica Alessandra. “Também é interessante anotar todos os gastos da casa, isso ajuda muito no controle das contas”, complementa.

Alessandra é economista e também indica que o trabalhador busque capacitação, uma melhor colocação no mercado pode trazer grandes benefícios ao bolso. Além disso, a economista lembra que uma forma de evitar gastos é aproveitar a área da casa e cultivar, por exemplo, uma horta. “Cultivar um cheiro verde, um tomate, pode reduzir o valor final das compras no supermercado”, alerta.