Em março deste ano, as casas de acolhimento e instituições públicas abrigavam 34.820 crianças e adolescentes. Mais de 60% estão na adolescência e a divisão de gêneros é quase idêntica.

Mãe adotiva, a diretora administrativa do grupo Apoio à Adoção e à Convivência Familiar de Goiânia “Conviver” Goiás – Geaago, Élita Almeida, afirma que é dado apoio às famílias que concretizam a adoção, de modo a evitar que futuramente crianças e adolescentes sejam devolvidos à instituição de acolhimento.

“Assim quando terminava o processo jurídico, a papelada do processo de adoção, essas famílias ficavam desassistidas, tanto as crianças quanto as famílias. O grupo existe para apoio dessas famílias. As dificuldades, entender a realidade dessas crianças. Essas crianças chegam com uma demanda e uma necessidade emocional muito grande, que muitas famílias sem entender essa necessidade acabam devolvendo, o que é inadmissível”, explica.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior desta segunda-feira (14), o advogado especialista em adoção, Aldo Muro, esclarece o que é preciso para adotar uma criança ou adolescente no Brasil, e faz uma reflexão do cenário que os pequenos e jovens enfrentam quando esperam por uma família.

“O brasileiro tem uma vontade em escolher crianças pequenas. Geralmente ele quer crianças com idade abaixo de dois anos, me parece que se preocupam muito com o nível de cognição, às vezes até escondendo que a criança foi adotiva. Eu gostaria muito que a sociedade desmistificasse isso, porque nós colocamos as crianças em adoção internacional, e geralmente elas só vão para adoção internacional quando no Brasil já não houve mais oportunidade de colocação provisória ou de adoção definitiva. A criança, independente da faixa etária, sempre é muito bem acolhida e sempre tem aspectos sociais e, sobretudo emocionais, benéficos à ela quando adotada. Não existe essa relação entre cognição primária de faixa etária para adoção”, afirma.

Aldo Muro e Élita Almeida no Sagres em Tom Maior #162 (Foto: Sagres TV)

Em todo o país, são 34 mil crianças e adolescentes em casas de acolhimento aguardando por uma adoção. Destes, 4,9 mil estão disponíveis para receberem uma nova família.

Confira a entrevista a seguir no STM #162