O presidente do Goiás, Hailé Pinheiro, enfim se manifestou a respeito das negociações dos direitos de transmissão do Brasileirão, e o vínculo do time com o Clube dos Treze. Em meio à debandada de alguns clubes da entidade, o time esmeraldino permanecerá filiado ao C13. Entretanto, Hailé disse que vai esperar o desfecho das negociações para saber o rumo que irá tomar. 


Ouça a entrevista:

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“Em momento nenhum, nem pensei nisso. Quero que o Clube dos Treze continue como o Clube dos Treze. Agora, tudo pode acontecer. Nós estamos em fase de negociação, está longe ainda”, afirmou o presidente, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (24). “Pode acontecer aí que o Clube dos Treze desapareça, pode acontecer que criem uma liga, pode ser que aconteçam muitas coisas. Isso é resultado da briga das emissoras”, disse. 

O Goiás tem vínculo com a associação dos maiores clubes do país até o final do ano, e Hailé reforçou que pretende cumprir esse contrato. “Até hoje o Goiás pertence ao Clube dos Treze. O Clube dos Treze existe, o contrato é até 2011. Temos nove meses ainda pra receber do Clube dos Treze”, disse. O presidente ressaltou que qualquer decisão sobre um possível desligamento do C13 terá que ser tomada após consulta do Conselho Deliberativo do time. 

“A briga não interessa a ninguém” 

Com os dissidentes Corinthians, Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense e Coritiba, a negociação pelos direitos de transmissão passaria a ocorrer de forma isolada. Essa divisão não agrada Hailé Pinheiro. “Acho que é muito difícil fazer qualquer coisa isolada. Nós somos 20, se fica dez de um lado, e dez do outro. Como vai fazer o campeonato? Aí já não tem mais mídia, não interessa mais. A briga não interessa a ninguém”, ressaltou. 

Até mesmo por isso, Hailé pregou cautela para tomar qualquer decisão. “É normal que todo mundo vá lutar por um pedaço maior. Estou tranquilo, acho que o Goiás não será prejudicado, não tomei nenhuma posição, nem posso tomar. Vou olhar os interesses do Goiás, em primeiro lugar. É isso que eu prometo a todos, e quando tiver alguma informação, eu informo a todos como vai ser”, declarou. 

Preferência pela Globo 

Hailé Pinheiro admitiu a preferência Globo para o acerto dos direitos de transmissão, por ser uma emissora já consolidada neste cenário. “Obviamente todo mundo pensa mais na Globo, porque a Globo é pioneira, porque a Globo tem mais dinheiro, porque a Globo está mais estruturada, e dinheiro fala sempre mais alto”, disse. Segundo ele, uma carta convite do Clube dos Treze será enviada a outros veículos de comunicação, para fazerem propostas pelos direitos. “A Globo não tem mais preferência, porque o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)assim decidiu”.

Pelo novo edital, o valor mínimo que o Goiás passaria a ganhar anualmente é de R$ 24 milhões, R$ 13 milhões a mais do que ganhava anteriormente. Apesar das altas cifras, ele não acha que seja a solução definitiva para o déficit no time goiano. “Não resolve muito os nossos problemas. Nós estamos com a despesa muito maior do que a receita. Sem equilíbrio não há como consertar a coisa”, concluiu. “Tudo depende das conjunturas, não posso sonhar em nada. Estou sonhando que tenhamos uma cota boa para que todos ganhem esse dinheiro”, finalizou Hailé.