No último dia 24 o presidente do Goiás, Hailé Pinheiro, convocou a imprensa para dar a posição do clube acerca do imbróglio envolvendo os direitos de transmissão do Brasileirão. E a posição foi a de aguardar. Depois de quase um mês, e após vários acontecimentos envolvendo o assunto, a posição do clube agora é clara. O Goiás assinou contrato com a Rede Globo para o período entre 2012 e 2015.

Ouça a entrevista na íntegra:

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O acordo foi confirmado na tarde desta sexta-feira pelo presidente esmeraldino. Hailé não revelou os valores, mas assegurou que são bastante superiores aos que o time receberá este ano pelo contrato atual. “De acordo com a regra do Clube dos Treze, nós teríamos apenas R$ 5,5 milhões esse ano, e agora será bem mais do que isso”, revelou. Segundo ele, o Conselho Deliberativo do time foi consultado para fazer a decisão.

“Tem mais de dois meses que acompanho isso no dia-a-dia, não dei nenhuma entrevista, viajei várias vezes, mas estava acompanhando a situação”, disse. Hailé ressaltou que um dos principais motivos pelo qual decidiu assinar com a Globo, é o fato de a emissora ter uma filiada no Estado. A RedeTV!, que venceu a licitação do Clube dos Treze por ser a única emissora que apresentou proposta, não tem uma retransmissora em Goiás.

“Como nós vamos assinar um contrato com a RedeTV!, que pode ser uma bela emissora, pode ter a sua tecnologia, como o Goiás vai decidir com a RedeTV!, que não tem afiliada em Goiás, não tem repetidora em Goiás, não tem nenhum vínculo com o Goiás Esporte Clube?”, justificou. Hailé revelou que houve duas reuniões com representantes da emissora carioca em Goiânia antes do acerto final. “Como mídia, em Goiás, nós somos melhores que o Flamengo”, declarou. De acordo com o dirigente, o time esmeraldino não foi procurado por nenhuma outra emissora.

“Nós sempre fomos prejudicados pelo Clube dos Treze”

Diante do racha no Clube dos Treze nos últimos meses, com a saída de alguns clubes, o futuro do Goiás com a entidade parece incerto. Hailé demonstrou a insatisfação com a associação, e disse apenas que irá cumprir o contrato vigente, que vai até o final do ano. Para os próximos anos, a presença do time esmeraldino no C13 não está assegurada.

“Nós sempre fomos prejudicados pelo Clube dos 13, sempre fomos tratados como o pequeno Goiás. Agora nós temos um contrato individual com a Globo, não precisamos mais ficar refém de ninguém para receber o dinheiro, repassar para mim e ligar para implorar para depositarem para mim, pois sempre era pago no dia errado”, destacou o presidente.

O presidente ainda criticou o modo como o atual processo pelos direitos de transmissão do Brasileirão foi conduzido. “O Clube dos Treze não fez nenhuma assembleia, eu nunca fui consultado, ninguém no Goiás foi consultado, eles fizeram um grupo lá de cinco clubes comandados pelo São Paulo, dizendo que haveria uma licitação, e todo mundo sonhava que a Record iria aparecer com bilhões na nossa mão, e que cada um ia ganhar muito dinheiro, e ninguém preocupou com nada”, disse.

Disputa pela presidência

Hailé também aproveitou para deixar claro, mais uma vez, que não pretende seguir no comando executivo do clube. Entretanto, o presidente disse que, caso não apareça nenhum candidato preparado para o cargo, ele pode continuar. “Se não tiver nenhuma pessoa com o perfil sério, aí eu fico. Fico dez anos se for preciso”, declarou.

“Os candidatos naturalmente vão aparecendo, vão discutindo. Se a cúpula do Goiás é uma pessoa com perfil pra levar uma administração séria”, acrescentou. Hailé ainda comentou sobre a situação financeira do clube que, por enquanto, está sendo sanada, mas não é um caminho simples. “Ou conserta o Goiás, ou o Goiás está fadado a desaparecer”, concluiu.