Em entrevista exclusiva concedida ao repórter Rafael Bessa, da Rádio 730, o gestor de futebol do Goiás, Harlei Menezes, falou sobre diversos temas e destacou que, após a derrota dentro de casa para o Figueirense e a polêmica entre o presidente Sérgio Rassi e os jogadores, o clima bom tem voltado, aos poucos, ao clube.

“Começa a voltar um pouco mais a condição de sorriso, de um clima melhor e de uma aceitação melhor das coisas que vem acontecendo. Foi uma semana muito dura para todos nós e estamos tentando colocar as coisas no lugar porque ainda temos jogos importantes para realizar”.

O gestor esmeraldino fez questão de ressaltar que não existem problemas dentro do clube e as tensões só aparecem por falta de triunfos. “O clima se torna ruim por falta de resultados. Não existe clima ruim com vitórias. Quando isso não acontece, como tem acontecido com a gente, a confiança fica abalada, os jogadores ficam desconfiados. Esporte coletivo é assim. Temos de ter maturidade e inteligência para saber administrar bem e dar confiança, incentivo aos atletas”.

Harlei ainda negou que a diretoria seja refém do grupo de jogadores. “Se a gente estiver sendo refém desse grupo, todas as diretorias do Brasil estão sendo reféns, porque chega uma hora que você não pode contratar mais e tem que ir até o final da temporada com esse grupo de jogadores. É assim com todos os clubes do futebol brasileiro. Isso aí tem vários ângulos para ser analisado e cada um analisa do jeito que achar mais correto”.

Premiação por permanência na Série A

Semanas atrás, Harlei falou no programa “Debates Esportivos”, da Rádio 730, que nenhum jogador pediu “bicho” para manter o Goiás na Série A. Porém, na última sexta-feira, a diretoria do Verdão acabou definindo um prêmio de um milhão de reais para o grupo alviverde, caso o clube permanece na elite do futebol nacional. “Decisão única e exclusivamente da diretoria, que achou que seria necessário dar mais uma cartada pela situação. Agora é com os jogadores. Eles conseguindo permanecer na Série A vão poder dividir uma premiação”.

Questionado se premiações, conhecidas como “bichos”, fazem diferença no mundo do futebol, Harlei destacou que é algo que faz parte da cultura do esporte. “É uma cultura que vem muito antes de eu jogar. Eu recebi algumas premiações durante minha carreira. Eu, particularmente, sempre fui focado no meu trabalho, no meu salário. Gratificações vinham com títulos, conquistas e vitórias. Todo mundo gosta de dinheiro, de conforto e é preferível você estimula-los e ter o sucesso do que ser omisso. A decisão da diretoria foi em tempo de manter o Goiás na Série A”.

Pensando em 2016

Harlei não poupou elogios ao atual mandatário esmeraldino e ressaltou que espera que Sérgio Rassi permaneça como presidente do Verdão nos próximos anos. “Sem dúvida nenhuma gostaria que ele continuasse. Ele é uma pessoa muito correta, muito honesta e que é torcedor do Goiás de coração. Tem sofrido muito e lutado demais para reverter tudo isso. É a pessoa certa pelo seu caráter e ele precisa der uma gestão mais tranquila para apagar esses dois anos tão duros que teve, principalmente na parte financeira”.

Questionado se continuará como homem forte do futebol do Goiás no próximo ano, Harlei fez questão de ressaltar que sua permanência ou não depende de Hailé Pinheiro e Sérgio Rassi, que o convidaram para assumir o cargo. “Meu compromisso é com eles, até quando eles acharem que as coisas estão sendo feitas certas e da forma como foi pedido. A partir do momento que não me quiserem mais, para mim estará perfeito e vou tocar minha vida, conforme tinha planejado fazer quando me aposentei. Estarei sempre à disposição, pois todos sabem do meu amor e minha fidelidade ao Goiás”.

Por fim, Harlei Menezes avaliou seu ano de 2015 como gestor de futebol do Verdão. “Procuro todos os dias trocar bastante experiência, conversar muito com o Artur (Neto) e com o grupo de jogadores, para que a gente tenha condições de ir detectando todas as coisas que podemos melhorar no dia-a-dia, que a gente possa evoluir aquilo que é importante para o momento. Sabemos que é um momento que temos de ter muito cuidado com as palavras, para que nada seja mal interpretado. Estamos tentando de todas as formas trazer uma harmonia e um bom convívio para que os resultados possam vir e que a gente consiga sair dessa situação”.